Capítulo 17.

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TRUST NO ONE

MID-SEASON FINALE

HOSPITAL DE AMBROSE

Os sons das máquinas ao seu redor foram o que a fizeram acordar, com aquele beep próximo de seus ouvidos que a tirou do descanso anestésico que vinha tentando desde a noite anterior, quando chegou ao hospital e foi atendida pelos enfermeiros que a levaram para uma sala de cirurgia as pressas. Entretanto, o que de fato a fez abrir os olhos foi ouvir as vozes que conversavam em tom baixo, mas altas o bastante para serem escutadas. Mexendo as pálpebras e com sua visão ficando borrada conforme abria os olhos, Sammi Brady precisou piscar algumas vezes até que aquele volume embaçado sumisse de sua vista e ela pudesse encarar o teto do quarto do hospital.

Seu corpo estava aconchegante e confortável, sentindo a amacies do colchão que a mantinha, tendo travesseiros as suas costas até o topo de sua cabeça, que fazia com que ficasse em uma posição inclinada, tanto quanto deitada quanto sentada. Os braços estavam colocados ao lado do corpo, sentia os dedos gelados e um formigamento subir até o pulso. Mexeu a cabeça no travesseiro, querendo seguir aquelas vozes que persistiam em falar, mas que pararam no momento em que notaram a garota se mexer na cama.

— Sammi?

Pedindo um minuto para o enfermeiro que lhe acompanhava naquele quarto e para o policial que viera de companhia, a detetive Agatha Rogers andou até a cama da paciente, se aproximando dela e notando que a mesma já se encontrava de olhos bem abertos, parecendo estar um pouco desorientada.

— O que...

Tentando se arrumar na cama, a garota se apoiou nos cotovelos e subiu o corpo, entretanto uma forte pontada veio contra seu estômago, que a obrigou a continuar na mesma posição, sentindo uma ardência por debaixo da pele.

— Calma, calma — o enfermeiro interferiu. — Você precisou levar alguns pontos. Não tente movimentos muito bruscos.

— Pontos? — ela coçou a lateral da cabeça, em um latejar que despertava junto de si. — Droga... Como eu...

— Está tudo bem — Agatha tocou seu ombro. — Você está bem. Sem perigo.

— Por Deus, minha cabeça está doendo — disse, tendo que fechar os olhos novamente para se concentrar. — Uma senhora, em uma picape. Ela me ajudou.

— Sim. Ela te deixou aqui ontem — o enfermeiro falou. — Você estava prestes a desmaiar. Por sorte conseguimos te socorrer. Você perdeu muito sangue, Samantha.

As memórias começaram a se reacender em sua mente.

O mercado. Seus amigos. E o assassino, usando uma motoserra.

Uma pontada no estômago, e ela se recordou do que tinha acontecido. Após uma tentativa falha de confrontá-lo e acabar sendo golpeada com uma tesoura que perfurou sua barriga. Mordeu os cantos da boca, não gostando de ter aquela lembrança se reacendendo em sua memória.

— Seus pais estão lá fora — informou Agatha. — Estive aqui no hospital quando você chegou. O que aconteceu?

— Eu fui atacada — sibilou, indecisa se estava pronta para dizer. — No mercado Target. O assassino esteve lá.

Agatha olhou para o policial Perkins, que consentiu com a cabeça e saiu do quarto, como se precisasse daquela informação para alertar o comando da policia.

—... Ele nos prendeu lá. Todos nós — narrou, com as imagens voltando em sua cabeça, uma a uma. — Eu e meus amigos tentamos escapar. Tentamos demais. Mas, não conseguimos.

Trust No One (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora