Trust No One (Finalizada)

Capítulo 6.

PASSADO

Eles estavam deitados de bruços na cama, encarando-se olho a olho. O resto do corpo imóvel completamente nu, tendo apenas um lençol branco que cobria parte de suas cinturas e pernas. A respiração ofegante vinha da garota loira, que tinha a testa marcada por um leve excesso de suor, fazendo-a transpirar um pouco até que a temperatura do corpo voltasse ao normal.

Devia ser duas da manhã, ou até mais. Não sabiam a hora. Sempre que começavam, nunca se preocupavam quando iriam terminar. Era o momento secreto, a privacidade íntima isolada naquele quarto de porta fechada, sempre tentando não transmitir barulho, mesmo quando era difícil para ele não gemer quando ela já estava por cima, presa ao seu corpo e pedindo para que fosse mais forte. Às vezes, ligavam a câmera do notebook para que fossem assistidos por algum pervertido que gostava de dar dinheiro em troca de que eles mudassem as posições ou se exibissem mais do que deveriam — colocavam máscaras nos olhos, ou nem mesmo mostravam o rosto, sempre se precavendo de não correrem o risco de serem vistos ou flagrados, entretanto duvidavam muito que algum outro pervertido de Ambrose acessasse aquele site privado, que só poderia ter acesso quem possuía uma grana pesada. E por lá, se acontecia vários shows de exibicionismo, eróticos, explícitos e na maioria das vezes, impróprio.

Ele esticou os dedos até o rosto dela, tirando uma das mechas de seu rosto, em um ângulo que conseguisse ver melhor de sua face ruborizada que aos poucos diminuía e voltava para o tom claro normal de sua pele. Ela abriu um sorriso, pois amava ser tocada e invadida por ele. Independente de como fosse o gesto, uma simples olhada, um aperto em seu quadril quando ninguém estava vendo, ou falas maliciosas quando tinha alguém por perto que jamais desconfiaria do duplo sentido que usavam. Isso a deixava excitada, molhada e com prazer. Gostava da ideia errada que tinham criado.

— Você já pensou no que aconteceria? — ele perguntou, murmurando. — Se eles...

— Shh... Não diga — ela o silenciou. — Não gosto quando faz isso.

— Pode ser inevitável.

— Eu sei. Mas, não vai acontecer — assegurou, mesmo que não tivesse muita segurança sobre isso. — Estamos seguros.

— Eu não me sinto bem, ás vezes.

Ela se aproximou dele, tirando uma das mãos de debaixo do corpo e colocando ao seu queixo, forçando que o garoto loiro tivesse os olhos unicamente para si.

— Apenas confie em mim.

No tom de voz doce e suave, em uma prática que sempre utilizava para deixá-lo mais calmo e menos preocupado, Sierra aproximou o rosto, abrindo o sorriso que ele gostava.

— Eles não podem nos machucar.

Saciando sua vontade, ela se colocou a dar um novo beijo em Trevor.

PRESENTE

Dois dias tinham se passado desde o assassinato bárbaro que ocorrerá na residência dos Morgan, e até o momento presente nenhum suspeito fora encontrado ou investigado, tornando tudo um verdadeiro assombro para quem ainda absorvia a noticia.

O velório de Sierra Morgan havia se tornado um evento no cemitério de Ambrose, com uma quantidade grande de pessoas que se prestaram a saírem de suas casas naquela manhã de domingo para depositarem suas lamentações e condolências a vítima do Estripador. A noticia tornará viral da noite para o dia, quando o corpo da capitã das líderes de torcida foi encontrado na sala de estar de sua casa, com seu rosto completamente desfigurado pelas chamas ardentes da lareira que tinha sido arrastada, além disso cortes profundos na região de seu estômago e de suas costas também foram notados, em marcas que condiziam ser de facadas que se afundaram até o cabo, causando uma morte lenta e dolorosa. Horas depois da descoberta do que acontecerá, as manchetes da madrugada notificaram para todos os meios de comunicação, se tornando o maior assunto nos tópicos das redes sociais. Até o fim da madrugada, a maioria dos moradores da cidade não tão pacata já estavam informados de que a última herdeira dos Morgan os deixará, de maneira brutal e explícita, mas sem rastros para uma acusação que pudesse levá-los até um criminoso.