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No capítulo anterior...

- Você não entende, não é? - Halsey voltou a falar - Estava tudo tão bem antes dessa mulher aparecer! - apontou pra Brunna.

- Não coloque a culpa nela... ela não tem nada haver com isso.

- Tem... tem e muito.

Ludmilla pov.

– Fala Halsey... anda!

– Lembra anos atrás, naquela noite que te mostrei o jornal!

~flashback on~

– Amor... você viu isso. – Hals disse me entregando o jornal.

Um trecho em específico me chamou a atenção.

"Hoje pela manhã foi encontrado mais um dos corpos que a Justiceira interrogou. O corpo foi encontrado com marcas de tortura e a garganta cortada. Afinal, será que a Justiceira é do bem mesmo?"

– Eu não matei esse homem!!

~flashback off~

– Lembra o nome no final? O da pessoa que escreveu aquela matéria? – engoli a seco esperando a resposta – Reporter... Chefe... Gonçalves. – falou devagar – Ela que escreveu, ela já sabia de Justiceira, ela só não sabia quem era! Que merda Lud... foi ela que escreveu todas aquelas injustiças de você! Foi por causa dela que a polícia começou a ir atrás de você! Foi por esse motivo que você teve que parar porra!!!!

O silêncio abitou o lugar, enquanto eu digeria essas informações, Brunna permanecia calada, Halsey respirava fundo tentando recuperar o fôlego por ter falado de mais em tão pouco tempo. Ao fundo deu para ser ouvido a sirene do carro de polícia.

– Vai em bora Halsey... – falei baixo.

– Não, eu não vou.

– Você vai ser presa por sequestro se pegarem você. Consegue entender isso! – falei tentando ficar calma.

– Eu não vou Ludmilla! Tudo o que eu queria era passar um tempo com o meu filho... e consegui mais do que eu imaginei.

Quando percebi o rumo que a conversa iria tomar, comentei.

– Brunna... leva o Enzo no carro e some daqui.

– Lud...

– Eu tô mandando Brunna! – respirei fundo e olhei-a por cima do ombro – Só... vai.

Eu sabia o que a Halsey iria pedir, só não queria que meu filho visse o que eu iria fazer. Quando ela começou a se afastar a conversa continuou.

– Você sabe que eu não posso fazer isso.

– Ludmilla... eu quero, você sabe que eu não vou aguentar se viver na cadeia!

– Eu te defenderia!! Seria sua advogada se pedisse.

– Seria cômico, a advogada defendendo a mulher que sequestrou seu filho!! – falou debochada – Anda Ludmilla!! Coloca essa maldita máscara e aperta o gatilho!!

– Eu...

– Ludmilla... por favor, nosso tempo tá acabando. Se você não atirar agora... não vai conseguir fugir.

Minha respiração estava pesada, eu não queria fazer isso.

– Eu não consigo Hals...

– Usa a faca que está no seu calçado então.

Nesse momento lembrei de algo. Existe uma área na barriga, que se você levar uma facada, vai ficar morta por alguns minutos, se errar a pessoa morre, se acertar a pessoa apenas aparenta estar morta.

Peguei a faca, Halsey se aproximou de mim devagar parando bem perto de onde eu estava. Antes que eu pudesse impedir, Halsey juntou sua boca com a minha. Eu recusei o beijo por alguns instantes, mas logo depois correspondi.

Eu aproveitei que ela estava distraída e com um simples movimento coloquei a faca em seu abdômen.

Na mesma hora ela se afastou, mas eu a mantive abraçada a mim enquanto ela ia perdendo suas forças.

– Sinto muito. – eu sussurrava constantemente – Vai ficar tudo bem. – eu falava, torcendo para que tivesse acertado no lugar certo.

Quando ela ficou completamente imóvel no chão, me levantei e sai correndo. A sirene ficava cada vez mais alta conforme eu ia saindo.

Quando saí do galpão avistei o meu carro ainda parado e sem pensar muito corri até ele. Entrei e sem falar nada pisei no acelerador. Eu sentia os olhares que a mulher ao meu lado lançava pra mim, mas fingia não notar. O caminho até em casa foi em total silêncio.

Eu não conseguia parar de pensar nos últimos acontecimentos. A Brunna foi a mulher que escreveu um monte de merda de mim no jornal do passado. Eu esfaqueei a Halsey por um pedido dela. E a única coisa que eu queria era que ela não morresse.

Quando chegamos em casa, subimos até o andar do meu apartamento. Mas antes eu vesti um casaco para cobrir a enorme mancha de sangue que estava na minha camisa. Enzo não disse nada, apenas foi para o banheiro tomar um banho com a ajuda da Brunna, para depois ir deitar.

Não sei por quanto tempo fiquei pensado e olhando a vista da sacada, mas percebi que alguém me observava.

– Pode dizer... – falei calma – Diga que eu sou um montro, esfrega na minha cara que você estava certa desde a época do colegial.

– Você não é um monstro Ludmilla... – nesso momento me virei pra ela, mostrando a enorme mancha de sangue que permanecia alí – Ah meu Deus... ela machucou você?! – neguei ainda com o olhar fixo em seu rosto – Esse sangue... é dela? – acenti com a cabeça – Você... matou ela?

– Eu espero que não...

Colegial - Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora