Adeus Hals...

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Ludmilla pov.

– Ela foi bem legal comigo nesses dias que a gente ficou junto. – ouvi meu filho dizer.

– É? Vocês brincaram muito? – pedi, eu tinha medo de dizer o real motivo para estarmos alí, ele ainda não sabia que a Halsey era sua outra mãe e eu não sabia como dizer isso.

– Sim!! – falou animado.

– Que bom filho... agora vem aqui. – apontei para as minhas costas – Cavalinho?

Logo me abaixei para que ele subisse nas minhas costas, andei até onde ela seria enterrada. O enterro seria rezervado, apenas eu, Enzo, meus ex-sogros e o padre estariamos alí.

O padre falou algumas palavras sobre a vida da Hals e quando o quaixão seria abaixado, Enzo saiu das minhas costas e chegou perto do caixão. Ele segurava uma folha de papel nas mãos. Me abaixei ao seu lado vendo que era um desenho.

– Você não quer guardar esse desenho? – falei – Você pode colocar ele alí – apontei para dentro do pequeno cubo de vidro que tinha ao lado – Assim o desenho dura mais tempo.

– Tudo bem... eu... eu acho que vou guardar. – falou cabisbaixo.

– O que você desenhou?

– Ela disse pra mim desenhar o que queria ser quando crescesse. – me mostrou seu desenho – Eu quero ser como você Mommy.

– Essa sou eu? – apontei para a mulher que estava na folha, ele apenas concordou – Está lindo esse desenho, mi amor.

Ficamos mais um tempo por lá, até Enzo vir com a conversa que queria comer um sorvete, mesmo sendo quase meio dia.

– Okay... eu vou comprar os sorvetes, mas só vamos comer depois do almoço. – ele fez uma carinha triste – Não me olhe com essa cara, você sabe das regras mocinho. Pode me esperar um pouquinho? A Mommy não demora aqui.

– Tchau titia Hals, espero que fique bem lá no céu. – falou depositando um beijo na foto dela. Me abaixei ao seu lado. E esperei ele sair de perto para falar.

– Eu vou cuidar do nosso filho Hals, eu juro que enquanto eu estiver viva nada vai acontecer com ele. – respirei fundo – Mesmo sabendo que você queria morrer, ainda me sinto culpada por ter feito isso com você. Podia ter sido diferente, mas se você quis assim... – fechei os olhos pra continuar – E mesmo que você não acredite, eu amo você, você me deu um filho e sempre me apoiou. Você podia ter escolido ter um filho com qualquer outra pessoa, mas escolheu a mim... obrigada... obrigada por me dar ele como presente, obrigada por fazer parte da minha vida e ser uma amiga incrível. – me levantei secando a lágrima que teimava em cair – Adeus Hals... se cuida ai no céu que um dia a gente se encontra.

E fui de encontro ao meu filho que olhava para uma roseira, ergui ele o vendo pegar duas rosas, uma ele levou até o túmulo da Halsey e a outra ele me entregou.

– Pra você entregar pra Mamá.

E assim saimos do cemitério, fomos a sorveteria. Pegamos um sorvete de chocolate pro Enzo, um de banana pra Brunna e outro de flocos e menta pra mim. E voltamos pra casa.

Enzo iria na casa da Patty hoje de tarde, ela queria passar um trmpo com meu baixinho sem contar que ele seria o modelo principal da sua nova coleção infantil.

Brunna não apareceu para o almoço, devia estar no trabalho. Eu me sentia culpada por ter sido uma ogra com ela, mas eu não estava pensando direito.

A tarde foi passando até eu ouvir o barulho da porta se abrindo.

– Precisamos conversar! – chamei sua atenção, fazendo com que Camila me olhasse assustada.

– Okay... – se aproximou de mim – O que você quer falar?

– Quero pedir desculpa por ter sido grossa com você.

– Não me importa.

– Mas importa pra mim, Brunna... Porra eu amo você, sinto muito por tudo o que eu falei. Eu estava com a cabeça cheia, foi muita coisa pra um dia só e eu... eu fiquei com tudo na cabeça.

– Eu sei que você tinha falado por falar, não se preocupe... – respirou fundo – Eu... eu também tenho que pedir desculpa por não ter te contado sobre o jornal, aquelas coisas que eu falei foram rudes da minha parte.

– Você não sabia que era eu...

– Mas eu devia ter contado depois que descobri! Sinto muito Ludmilla...

– Não faz mal, eu pensei muito de madrugada... tentei entender seus motivos pra não ter me dito.

– Se isso te faz se sentir melhor... eu pensei em te contar todos os dias, só não tinha coragem porque não sabia como você iria reagir.

– Mas já passou, nós estamos noivas... – sorri por me lembrar desse fato – Eu amo você, Brunna. Você é meu primeiro amor...

– E você o meu. – me interrompeu.

– Não me atrapalha! – falei com um bico nos lábios.

– Idiota! – me deu um leve tapa no braço, que eu nem fiz questão de reclamar.

– Sua idiota! – provoquei.

– Totalmente minha. – me roubou um selinho.

– Antes que eu me esqueça... – peguei a rosa e estendi em sua direção – Enzo falou pra dar pra você. Pra você saber que não é importante só pra mim, mas pra ele também.

– Ludmilla... – sorriu pra mim – Eu te amo, meu Unicórnio!

– Eu te amo mais, meu Dragãozinho! – sorri debochada – Achou que eu não iria lembrar né?

Colegial - Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora