Eu quero a verdade

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Ludmilla pov.

Cheguei em casa já cansada, eu havia andado por toda a área onde Halsey poderia estar. Conheci todas as ruas e seus bairros.

A casa estava escura, provavelmente Brunna já estava dormindo. Andei pelo corredor e abri a porta do quartinho secreto.

– Que quarto é esse Ludmilla? – a voz de Brunna apareceu junto com a luz que foi ligada.

– Que susto Bru... – falei tentando normalizar minha respiração.

– Me responde Ludmilla... que quarto é esse?

Fiquei quieta, eu não iria responder aquilo, ela ainda não podia saber.

– Me responde Ludmilla.

– Ainda não Bru... não é o momento certo.

Ela apenas saiu sem falar nada, continuei naquele quarto e quando tive certeza que ela não estava me olhando guardei a arma na gaveta. Sai de lá trancando a porta e indo em direção do meu quarto.

Quando adentrei o mesmo encontrei a Brunna colocando roupas dentro de uma mala de tamanho médio.

– O que você está fazendo? – pedi, encostada na porta.

– Eu vou sair dessa casa.

– Por quê? – eu ainda não acreditava no que via.

– Porque você não confia em mim Lud! – olhou pra mim, nesse momento vi seu rosto molhado por algumas lágrimas.

– É claro que eu confio!!

– Então me responde o por quê de você ter um quarto igual aquele?! Qual o motivo de ter tantos computadores.... tantas armas? – naquele momento eu fiquei tensa, ela viu as armas?

– Como você sabe das armas? – fixei me olhar no dela.

– Eu perguntei primeiro Ludmilla Oliveira.

– Senta... – ela assim fez, me aproximei dela ficando na sua frente – Um tempo depois de eu ter saido da sua casa aconteceram algumas coisas, eu comecei a ajudar algumas pessoas de assaltos... e eu gostava do que fazia. Mas por causa disso eu machuquei muitas pessoas e já fui muito machucada também, mas mesmo assim continuei. Eu... só parei depois que descobri da gravidez da Halsey.

– Você... matou pessoas? – fiquei em silêncio, abaixei a cabeça desviando o olhar para minhas mãos – Você... aí meu Deus!!

– Sei que você tem perguntas agora... mas eu não sei se tô pronta pra responder todas elas... – confecei.

– Quantas pessoas você matou Ludmilla?

– Digamos que o mesmo tanto de pessoas que vão sentadas em um ônibus... – sussurrei.

– Quem sabe disso?

– Dayane, Halsey... o delegado.

– O delegado?! Por quê ele nunca prendeu você?

– Eu salvei a mulher dele... inpedindo-a de levar um tiro.

– Você...

– Entrei na frente dela quando atiraram, o delegado tirou o gorro da minha cabeça quando eu já estava quase desmaiando, no hospital ele me contou que não iria me prender nem nada, como forma de agradecimento.

– Okay... acho que isso é informação demais pra minha cabeça.

– Vamos dormir? Eu estou cansada... não encontrei nada da Halsey.

– Você estava procurando ela? – pediu surpresa.

– Sim... eu vou voltar a ser "A Justiceira" só mais uma vez, depois nunca mais.

– Espera... era assim que você ganhava seus casos como advogada? Hackeando a vida dos oponentes dos seus clientes?

– Shhh... não revele meu segredo! – ela apenas gargalhou – Agora vamos dormir.

– Tudo bem...

Vestimos nossas roupas de dormir e deitamos, eu estava toda dolorida mas não demonstrei sentir dor quando a Brunna se deitou em cima de mim. Eu gosto de deitar assim com ela.

– Boa noite, amor – ouvi ela sussurrar contra minha pele.

– Boa noite. – beijei o topo de sua cabeça.

Brunna pov.

Confeço que tudo que eu ouvi me assustou, nunca imaginei que ela conseguisse matar uma pessoa, um ônibus cheio então...

E mesmo sabendo eu não conseguia ter medo dela, é estranho, eu sei, mas eu amo essa mulher do mesmo jeito. Não sei de todos os defeitos dela, mas sei as qualidades e pra mim isso já basta.

Não participei da vida dela por um longo tempo, não sei os motivos que ela teve para fazer essas coisas, mas ela ainda é a mesma pessoa comigo.

Acabamos dormindo juntas, abraçadas. Quando acordei senti a respiração da Lud ainda fraca, o sono dela ainda estava bem profundo. Me levantei devagar para não acorda-la e fui à cozinha, iria preparar um café da manhã na cama pra minha mulher. Eu estava bem consentrada no que fazia até sentir mãos na minha cintura.

– Sabia que você fica linda de manhã. – Ludmilla sussurrou no meu ouvido, me fazendo arrepiar por completo.

– Seus olhos também... – soltei alto o suficiente para ela ouvir.

– Achei que você ia dizer que eu sou linda, não meus olhos. – disse meio chorosa.

– Amor... seus olhos são irresistíveis, assim como você. – falei sincera.

– Agora melhorou. – sorriu pra mim e logo depois iria me beijar mas eu me afastei – O que foi?

– Você não escovou seus dentes.

– Qual é amor... é só um selinho.

– Escove os dentes e depois você recebe bem mais que um celinho. – dei uma piscadela pra ela.

– Eu já volto... – saiu correndo – Não sai daí!! – eu apenas ri da cena.

Ver Ludmilla quase caindo em cima dos móveis enquanto tenta desviar dos mesmos pra chegar até no banheiro é totalmente hilário.

Colegial - Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora