Capítulo 1: Não se meta com quem não conhece

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Tudo de errado nessa vida tem um preço alto.


Eram nove da manhã quando o celular de Karat despertou pela quinta vez, no entanto, ele não ouviu as outras quatro. Assim, desta vez ao ouvir, o rapaz levantou em um pulo atordoado. Ele havia bebido um pouco além da conta na noite passada e acabou deixando o sono se prolongar demais, coisa que não acontece com frequência. O celular parecia estar em lugar nenhum, Karat procurou em todo canto na cama tateando o colchão entre as cobertas, mas não encontrou nada. Foi apenas quando seu cérebro raciocinou e ele resolveu se guiar pelo som do aparelho, que o jovem encontrou-o e desligou o despertador.

— Merda!!! — Ele gritou ao deparar-se com o horário. — O que deu em mim? Eu nunca durmo demais! Gim vai me matar por chegar atrasado.

E deu um pulo das cobertas!

Karat colocou o celular sobre a cabeceira da cama e pegou sua calça jeans e camiseta branca que havia largado no chão na noite passada, mas ele nem sequer lembra como chegou a mansão da família Chen, se sozinho ou com seu colega de trabalho Kai ou arrastado por alguma mulher bonita. Mas, se ele tivesse ficado com alguma mulher provavelmente não estaria aqui. Assim, só lhe restava imaginar que Kai o enfiou em algum táxi qualquer e o trouxe para cá.

Faltava dinheiro na sua carteira que ele tirou do bolso da calça, era a cara de Kai não pagar com seu próprio dinheiro. Então, Karat ficou aliviado ao invés de se chatear, ele não chegou em casa de qualquer jeito. Agora, só restava esperar que não tivesse cruzado com sua tia, ou melhor, com o marido dela. O senhor Chen o odeia completamente. Mas, sem pensar demais sobre isso Karat correu para o banheiro e tomou um banho rápido, ele precisava chegar logo ao Café do Gim, ou seria demitido, seu horário é às sete.

O sol do lado de fora da mansão estava forte, uma brisa fraca corria a céu aberto, a água da piscina estava fresca. O jovem mestre da casa e primo mais novo de Karat estava divertindo-se com seu amigo e duas garotas. Quando o rapaz passou pelo caminho de pedras no jardim próximo a piscina recebeu um espirro de água em suas roupas.

— Ei!!! Está maluco? Eu tenho que trabalhar!

— Você ainda tem trabalho? Pensei que não iria mais levantar hoje! — O primo brincou e saiu da piscina em seguida. Ele caminhou até o encontro do outro e parou bem a sua frente, a diferença de altura entre eles era pequena, o mais velho tem 1,83 enquanto o mais novo tem pouco menos que isso.

Karat sorriu com ar amigável e pronunciou:

— Eu apenas me atrasei um pouco. Mas, e você Jao!? Por que não me acordou se levantou cedo?

— E me ferrar por você? Meu pai dormiu em casa noite passada, ele me queria no café da manhã.

— Merda! — Karat tapou a boca com uma mão. — Não me diga que ele me viu ontem...

Jao apoiou as duas mãos no quadril e encarou o lado antes de responder.

— Se eu dissesse que você chegou aqui na hora que meu pai chegou, você acreditaria em mim?

Karat arregalou os olhos.

— Não, não! Sério? Não está mentindo!? Como eu ainda estou vivo?

Jao voltou o olhar a ele.

— Eu não sei, mas a empregada me contou que ele apenas continuou dirigindo pra dentro da mansão depois que te viu. Aquele seu amigo, Kai, te trouxe pra dentro.

Karat coçou a nuca.

— Merda... Eu não quero nem imaginar a cara dele quando me viu.

— Pois é, eu pensei que estaria morto agora, mas olha você aí.

— É... Estou vivo. — De repente ele lembrou do trabalho. — Droga, Jao! Pare de me distrair, eu estou muito atrasado. Hoje recebo meu salário, falta pouco pra quitar minha divida com o seu pai!

E saiu correndo.

Jao ficou rindo dele e gritou bem alto logo em seguida:

— Deve ser por isso que ele não te matou ontem! Ei!!! Quando você voltar, venha me ver, preciso te contar uma coisa.

— Okay! — Karat gritou de volta e começou a correr de costas para manter seu olhar fixo no primo. — Sobre o que é?

— Nada demais, eu só conheci uma garota!

— Uma garota? Hã... — Karat sorriu maliciosamente. — Quando eu voltar quero saber tudo sobre ela! Mas, agora eu tenho mesmo que ir!

Ele acenou de longe para o primo e continuou correndo até chegar ao portão principal, daí ele só tinha que pegar a moto que ganhou de presente de aniversário de sua tia quando completou vinte e um anos. E depois, ele partiu para o trabalho.

Até que, crescer naquela casa não foi tão ruim, a tia Jin era legal com ele, ela gostava de presenteá-lo bem em todos os seus aniversários e ele até dorme em um quarto grande e chique. Além de que, Jao sempre gostou dele, mesmo que ele seja quatro anos mais velho. O único problema sempre foi o marido da tia, o homem nunca o olhou de um jeito bom desde que chegou na casa dele, o que fez o pobre garoto sentir-se um intruso e nada bem-vindo desde sempre. Foi isso que motivou Karat trabalhar duro dia e noite para quitar a dívida de seus pais e sair de uma vez daquela maldita casa, ele não queria ter nada haver com aquele homem. Dormir sob o teto dele, comer a comida dele, até respirar o ar que ele respira o deixa profundamente incomodado, ele quer se livrar disso.

Prisioneiro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora