Prisioneiro do Amor

Capítulo 33: Nas mãos do inimigo

"A vingança tarda, mas jamais falhará."

"Ethan? O que faz aqui? Ainda mais vestido assim!" Kun questionou ao aparecer na sala da casa de Kim e deparar-se com Ethan em um traje inadequado. O homem vestia apenas uma calça de seda azul escuro e um robe aberto de mesmo tecido e cor. "Explique-se!" O homem exigiu.

"Sente-se primeiro." Ethan apontou para o sofá com um semblante tranquilo.

Kun permaneceu de pé e seu rosto foi ficando gradualmente espantado quanto mais ele olhava para o primo naquelas vestes casuais e reveladoras.

"Você não... Não, você não fez isso! Dormiu com Kim?"

"Kun mantenha a calma." Ethan pediu em um tom brando.

"Calma! Como pode me pedir para ter calma em um momento como este! Vim ver minha irmã e encontro meu primo vagando pela casa expondo seu corpo. O que quer que eu pense sobre isto?! Não sou idiota, Ethan. Você está claramente dormindo com ela. Mas, há quanto tempo trama nas minhas costas, em?" Kun aproximou-se um pouco mais furioso e deu um empurrão no ombro do primo. "Easton estava certo com suas especulações! Pelo visto você não é o homem íntegro que faz transparecer ser. Trepou com minha irmã mais nova. Mas, seduziu Kim há quanto tempo? Você é sete anos mãos velho que ela! Devia se envergonhar."

"Não tenho nada do que me envergonhar." Ethan respondeu tentando manter o auto controle pois Kun estava agora muito fora de si. "Eu amo Kim. Não posso mais contornar a situação e dizer mentiras a você. Mas, saiba que durante muito tempo, em nome da nossa amizade, tentei ir contra meus próprios sentimentos. Só que, agora não posso reprimir mais meus sentimentos, eu amo Kim. Kim é a única mulher no mundo que eu amo com todo o meu ser e eu a respeito muito. Mesmo que Kim não me desejasse, meu amor é tão puro que eu continuaria a amando mesmo que ela não me amasse."

"Seu..." Kun levantou a mão para bater em Ethan mas, não consegiu e baixou-a imediatamente, mas ainda com os nervos a flor da pele. Seu sangue fervia. Ele questionou: "Somos primos, quase irmãos! Como pode ver Kim como mulher?"

"Como pode ver Karat como homem? Ele também é meu irmão."

"O ponto não é este, Ethan. Me envolvi com Karat antes de saber que era seu irmão e outra, você mesmo disse que ele é filho de outro homem e não de seu pai. Eu e Karat não temos nenhum laço sanguíneo que nos liga."

"E eu e Ethan também não." De repente a voz de Kim foi ouvida. Ela descia as escadas vestindo um robe igual o de Ethan, mas fechado e um pouco curto exibindo suas pernas finas. Kun olhou para ela quando ela disse: "Eu não sou filha do seu pai, sabia? Killin escondeu isso de todos, eu sou adotada. Nem sei ao certo o motivo dele de me comprar da minha mãe, talvez realmente desejasse ter uma filha, mas eu nunca saberei, o velho morreu."

"Kim, mas que absurdo! O que... Como você descobriu isso? Não consigo acreditar." Kun apoiou as mãos nos quadris incrédulo. "Você foi adotada?"

"Eu descobri na nossa viagem a Las Vegas." Kim começou a explicar apoiando uma mão no ombro do irmão. "Trouxe os documentos que provam isso. Exames, cartas que o velho conversou com a puta que me deu a luz e é claro, os documentos da adoção. Killin nunca foi meu pai, e eu não o considero como meu. Billi é o único que realmente vejo como símbolo paterno. Mas, não se meta entre mim e Ethan. Mesmo que eu explicasse perfeitamente bem, você jamais entenderia o que nós vivemos."

"Mas, Kim... Ethan cresceu como nosso irmão, é tão próximo a nós. Mesmo que não seja filha do meu pai de sangue, você cresceu como minha irmã."

"Eu sou sua irmã, Kun. Sua. Cresci como sua irmã e realmente te vejo como meu irmão, mas nunca enxerguei Ethan como você o enxerga, como um irmão. Eu amo de maneira romântica há muito tempo, e agora, a última coisa que precisamos é do seu julgamento precipitado." Kim disse largando o ombro dele e aproximou-se um pouco mais de Ethan segurando o braço dele. "Mas, em fim, o que o trouxe aqui?"