Capítulo 13: Algo falta

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"Sempre vale a penar lutar por liberdade, mas as vezes parece inútil lutar por um amor que não tem um firmamento para nascer."

"Ei, Bill. Como ele está?" Easton questionou enquanto Billi organizava uma papelada no escritório de Kun.

O segurança não olhou para o homem parado no pé da porta, ele apenas continuou arrumando o que estava fazendo, mas o respondeu por obrigação: "Ele está bem na medida do possível."

"Não achei que Kun pegaria tão pesado, já fazem dias. O tio ontem de manhã perguntou por que ele e o marido não estavam mais tomando café da manhã juntos."

"Você acha que ele já sabe de algo?"

"Talvez não, mas suspeita que, com certeza há algo muito estranho nisso tudo."

O segurança terminou tudo o que organizava, desta forma, ele caminhou até a saída e disse: "Se era apenas isso, Senhor. Eu estou indo agora."

"Ei, Bill." Easton segurou no braço dele antes que pudesse cruzar a porta então, os pés de Billi frearam e ele ouviu o que o homem tinha a dizer: "As coisas estão indo um pouco devagar nas investigações, mas eu já consegui uma informação sobre onde encontrar o Boca grande."

"Então, você vai atrás dele quando?"

"Logo, eu só preciso reunir um pessoal e traçar uma estratégia. Em fim, queria saber se você vem junto."

"Se o Mestre Kun passar a ordem, não poderei negar."

"Você é um cão tão bom!" Easton debochou com um largo sorriso nos lábios e esfregou a cabeça deste homem. "Eu vou falar com, Kun. Ele tem que me ceder você, pode ser difícil lá."

"Fale com o senhor Kun primeiro." Billi disse por fim e puxou seu braço livrando-se das mãos deste infeliz.

Agora que o serviço havia sido finalizado, o segurança teria de voltar para o quarto de seu chefe. Karat ficava mais deprimido a cada dia, a punição de Kun estava se prolongando demais, ele até simplesmente parou de ir para o próprio quarto dormir lá, o que deixou as noites do garoto mais vazias e solitárias, porque Billi não podia ficar com ele a noite. Então, como o homem sabia que este jovem não estava dormindo bem ele levou um livro para ler para ele, contudo, ao chegar no quarto deparou-se com o jovem sentado no chão olhando alguns quadros que tinha pegado de cima da cômoda ao lado da cama. Alguns eram retratos da mãe de Kun, outros de Kun e as irmãs, mas entre estes havia um da ex-esposa dele.

Billi deixou o livro que trouxe sobre a mesa do quarto e caminhou até onde o garoto estava, sem dizer nada, ele sentou-se ao lado do mais novo e pôs-se a observá-lo em silêncio. Karat segurava em suas mãos o quadro de Lacorn, olhando para a imagem dela como se tivesse muitas perguntas a fazer à uma morta que não poderia respondê-lo. Afinal, de certo modo ele sentia uma ligação com esta mulher, como se ela pudesse compreender sua dor agora. Pois, ela amou Kun quando viva e não suportou continuar com seu sofrimento de amá-lo e ser maltratada todos os dias, por isso desistiu da própria vida. O garoto sentia algo semelhante, mas ainda um pouco distinto. No começo ele apenas queria lutar por sua liberdade com tudo de si, no entanto, agora ele estava em um conflito entre seu desejo de escapar e sentimentos sobre o outro que estavam surgindo. Sempre vale a penar lutar por liberdade, mas as vezes parece inútil lutar por um amor que não tem um firmamento para nascer. Assim é seu sentimento agora, parece não ter uma base parar se firmar, como se fosse impossível gerar alguma coisa, e as atitudes de Kun estavam apenas fazendo isso parecer ainda mais impossível.

Prisioneiro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora