Prisioneiro do Amor

Capítulo 4: Sem poder de escolha

"Nem todos têm a sorte de poder escolher o que fazer com o próprio destino."

Três dias se foram sem Kun perceber, ele pensou e pensou em outra forma de escolha que agradasse todos os lados naquela confusão, mas nada parecia uma boa solução. E enquanto correram os dias, ele manteve-se trancado em seu escritório analisando tudo. Pesquisou a fundo a vida de Karat, mas ele realmente não tinha família a não ser sua tia, a esposa do Senhor Chen. Não havia nada registrado sobre seu pai, apenas que ele havia sido morto por um agiota, sem dúvidas este homem era alguém envolvido no mundo criminal também. E sobre sua mãe, não havia nenhum registro dela, tudo foi queimado em uma explosão de gás que houve na casa em que a família vivia quando Karat era criança. Documentos, fotos, tudo! Não restou absolutamente nada.

Assim, o pouco que Kun ainda tinha contato sobre o que estava acontecendo atualmente na vida de Karat, era seu celular. Ali em suas mãos, no aparelho eletrônico, chegavam mensagens de seu amigo Kai, uma moça do trabalho e quem Kun achou ser o chefe dele. Não parecia haver mais ninguém envolvido com o garoto. Nas redes sociais ele não tinha mais do que 500 seguidores e ele não respondia um comentário se quer de mulheres estranhas em suas fotos, não parecia ter uma namorada ou amante. Então, deste modo, Kun concluiu que se eles realmente casassem seria muito fácil abafar o desaparecimento de Karat.

Não havia mais o que contestar, Kun rendeu-se e aceitou a ideia de seu pai. Com a ordem dada, os funcionários começaram a mover-se para preparar o casamento e em poucas horas a mansão virou um caos completo. De um lado para o outro as pessoas corriam com arranjos de flores, tecidos, cadeiras, mesas, estava uma bagunça total! E ainda os designers da família foram contatados as pressas para fazerem o vestido de Kitty e os ternos dos garotos, eles tiveram de cancelar tudo o que estavam fazendo antes e vieram rapidamente.

Kun tentou escapar dessa confusão enfiando-se entre um monte de papelada e manteve-se trabalhando o dia todo, mas ele não podia evitar por muito tempo que o resto da família ficasse sabendo. De repente, seu celular começou a tocar sem parar. Mesmo que ele recusasse todas as ligações, sua irmã do meio continuava ligando. Ele não queria mesmo ter que ouvir uma lição de moral dela agora, só lhe daria mais dor de cabeça.

...

"Atenda Kim de um vez." Ethan entrou na sala dizendo. "Ela me ligou muitas vezes e me fez uma ameaça. Você precisa falar com ela."

Kun largou os papéis e girou a cadeira onde estava sentado na direção do primo. "Fale com ela por mim! Eu já estou de saco cheio com isso, Kim só vai me causar mais estresse."

"Eu já falei com ela, ela só quer saber de falar com você. Você sabe como sua irmã é, ela não vai sossegar até você ouvir o que ela tem a dizer."

Kun esfregou a testa com força. "Argh! Acalme ela! Você pode fazer isso melhor do que eu. Vá vê-la, converse com ela, tome um café."

Ethan soltou um riso fraco. "Até parece que Kim é facilmente manipulada assim! É mais fácil ela escolher a faca dela favorita e me esfaquear com ela por consideração do que ser contida por mim."

"Tem razão, mas..." Kun olhou para aquele monte de papéis na mesa que já tinha revisado mais de dez vezes pensando que não dava mais para esconder-se atrás deles e no fim levantou-se indo em direção a Ethan. "Eu pretendo ignorar minha irmã até onde puder. Apenas se ela vier até aqui, eu vou escutar alguma coisa."

"Eu já estou aqui!" Uma voz feminina gritou antes empurrar a porta. "Que porra tá acontecendo nessa família?!"

A

garota entrou na sala com a cara emburrada, tirou sua jaqueta de couro preta que estava usando e pendurou-a no cabide ao lado da porta antes de avançar. Ela tinha uma expressão fria no olhar, sua postura era certamente intimidadora, o tipo de pessoa com quem você não vai querer cruzar na rua com certeza, apesar de os traços da sua face serem o que todos chamam de angelical. Kim parecia doce, mas na realidade era muito amarga.