Capítulo 12: Muito além do que você pensa que sabe

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As vezes você pensa que sabe algo sobre uma pessoa, mas ela sempre vai ser muito além do que você sabe sobre ela.

Enquanto Kun arrastava Karat pelo corredor segurando seu pulso esquerdo, uma forte chuva havia começado a cair lá fora, as pancadas da água podiam ser ouvidas mesmo com as janelas fechadas, e alguns barulhos de trovões também. O rapaz notou no meio do percurso que, os seguranças estavam recuando, afastando-se a medida que eles avançavam no corredor. Karat achou isso muito incomum, mas na verdade era porque, só haviam tantos seguranças no corredor por causa dele sempre estar só. Assim, como esta noite Kun estava com ele, os homens ali recuaram pois já sabiam como as ordens funcionam. Por questões de privacidade, os seguranças deveriam ficar vigiando o corredor a pelo menos duas portas de distância do quarto do líder, e foi o que fizeram.

Quando os pés de Kun pararam de andar, os de Karat tiveram de frear forçados automaticamente, a cara do garoto quase se chocou contra as costas da pessoa a sua frente, porém, ele conseguiu manter o equilíbrio e permanecer firme. Em seguida, a porta foi aberta, aquele quarto era familiar, mas não era o dele. Karat ficou levemente nervoso quando Kun o puxou para frente e o empurrou devagar para que entrasse no quarto primeiro. Estava um pouco escuro, o que fez o pomo de Adão subir e descer na garganta daquele rapaz, uma onda de nervosismo o atingiu. E no fim, Kun entrou logo atrás dele e acendeu a luz, trancou a porta e tirou seus sapatos deixando-os no canto da parede onde haviam outros sapatos em um móvel.

"Venha tirar seus sapatos."

"Sapatos?" Karat estava um pouco fora de sintonia então, ele apenas moveu-se na direção do homem parecendo uma pessoa perdida.

"Sim, seus sapatos." Kun respondeu abaixando-se diante dele e ele mesmo tirou os sapatos daquele garoto.

Karat estranhou muito o gesto do homem, mas deixou que o fizesse. Depois, Kun o arrastou até uma mesa no centro do quarto e o fez sentar-se em uma cadeira.

"Tire sua blusa, precisamos limpar isso." Ele apontou para o ferimento exposto entre o buraco na manga da blusa do jovem e saiu em seguida para pegar uma caixa de primeiros socorros em sua cômoda.

Karat estava nervoso quanto a tirar a blusa. Se fosse qualquer outro estaria tudo bem, mas, quando se trata de Kun ele costuma ficar apreesenvio quanto ao que pode acontecer. Contudo, no fim, ele apenas desabotoou a camisa sem pensar demais e a dobrou colocando-a em cima da mesa. Ele ainda verificou a ferida e viu que havia menos sangue do que imaginava que fosse ter.

"Foi de raspão, não fique nervoso." Kun tentou dar algum conforto e colocou a caixa sobre a mesa.

"Eu não estou nervoso." Karat afirmou sem olhá-lo nos olhos.

Kun esboçou um fraco sorriso de lado e respondeu: "Não é o que parece."

Desta vez Karat o encarou com um pouco de indignação. Como este bastardo pode brincar com ele tão facilmente? Ele estava nervoso sim, mas não com medo de morrer pelo tiro que nem perfurou sua pele! Estava com medo do homem diante de si que o trouxe para seu quarto! Mas, ele não deixaria Kun saber disso.

"Muito bem, me dê seu braço." O mais velho esticou a mão.

"Eu mesmo posso cuidar de mim."

"Com a mão esquerda? Huhn!" Kun forçou um riso e tomou o braço do garoto imediatamente passando uma gaze com o remédio que havia colocado para limpar o ferimento.

Prisioneiro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora