Capítulo 14: Sem perdão

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"Somente desculpas não são o suficiente para apagar seus erros."

Kun despertou. Ele havia bebido demais na noite passada, mas será que tanto ao ponto de sentir-se sufocado? Era como se alguém tivesse o enforcando, foi uma sensação angustiante. Então, o homem ergueu-se rapidamente e uma imagem clara veio a sua mente, ele coçou os olhos fitando a frente. Logo em seguida, a figura de uma mulher pendurada pelo pescoço com uma corda amarrada ao lustre de seu quarto estava ali bem diante de seus olhos. Kun se aproxima, ele sabe o que está prestes a ver. Mas, esta não é a figura de sua esposa morta como ele pensou ser, é de seu atual marido! Palido, sem vida, com o corpo girando no ar. Um instante depois, ele sentiu um forte baque na cabeça e um zumbido ecoou em seus ouvidos. De repente, ele desperta. Foi apenas um pesadelo, mas esta pessoa ainda levou um tempo para assimilar o que era sonho e o que era realidade. Apenas deu-se conta de que era sua mente pregando-lhe uma peça de mal gosto quando sentiu um peso sobre si. Karat estava dormindo profundamente com metade de seu corpo sobre o peito de seu marido. Kun sentiu o calor do corpo dele e assim, o abraçou. O abraçou para sentir que aquilo era real, que a cena terrível que viu a alguns segundos era somente uma ilusão e que aquela pessoa estava bem.

O jovem sentiu alguém apertar seu corpo com força então, ele aos poucos foi despertando. E quando acordou finalmente, estava um pouco atordoado. Ele olhou para cima devagar e viu o rosto de Kun, ele revelava-se muito estranho, como se estivesse com o pensamento distante, no entanto, seus olhos fitavam aquele em seus braços incapaz de mudar seu rumo. Vendo isso, Karat franziu o cenho e afastou-se um pouco, ele queria levantar, mas Kun não permitiu que ele saísse de seu abraço e o apertou ainda mais. Lágrimas encheram as bordas dos olhos daquele homem, e ele afundou sua cabeça no pescoço da pessoa em seus braços e conteve ao máximo suas emoções para não chorar como um louco.

"Kun... Você ainda está bêbado? Não me aperte assim." Karat disse confuso com uma voz baixa. Ele não sabia como reagir aquela atitude do outro.

Kun tirou seu rosto do pescoço do rapaz, mas não o soltou. Ele sussurrou em seu ouvido: "Eu tive um pesadelo, me deixa te abraçar por alguns segundos."

Karat não disse nada. Para um homem com o tamanho e a idade de Kun, apertar alguém assim após um sonho ruim deveria ter sido realmente uma experiência terrível. Ele esperou pacientemente até o mais velho sentir que já poderia soltá-lo e se afastar.

"..."

"Me desculpe..." Kun disse quando finalmente já havia o largado.

Karat sentou na cama e olhou-o de um modo incomum. Não era um olhar de julgamento, mas um olhar que buscava alguma resposta para suas dúvidas.

"Está se desculpando pelo que?" Ele questionou. "Por ter me apertado ou por ter chegado tarde ontem, ou... Por ter me deixado assim."

Ele ergueu as mãos após a última frase revelando as algemas que o prendiam.

Kun não respondeu de imediato, porquê ao ver aquilo ele sentiu uma grande confusão em sua mente. Mas, após um instante, ele sentou-se na cama também esfregando os cabelos com força sentido um enorme desejo de arrancá-los fora.

"Eu prolonguei isso por tempo demais." Ele declarou e suspirou em seguida fitando Karat. "Sinto muito por ter te deixado assim por muito tempo."

O garoto apertou os olhos em uma expressão incrédula.

"Você é louco ou o quê?! É bipolar? Você fez isso comigo e agora está pedindo desculpas?"

Prisioneiro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora