Capítulo 30: Estou com você, amigo.

332 33 42
                                    

As vezes costumamos ser próximos a alguém, mas um dia a vida nos afasta dessa pessoa e nós mudamos, mudamos tanto até voltarmos a vê-la e sermos como estranhos.

....

Karat estava sem rumo, não tinha dinheiro e nem lugar para onde ir, alguma hora a gasolina de sua moto iria acabar. Então, ele precisava pedir ajuda para alguém. Havia uma pessoa que costumava ser próxima dele, seu velho amigo, Kai. E, apesar de Kai não ser um amigo para quem Karat costumava contar sobre seus sentimentos assim como Billi, ele ainda era alguém que nunca o negou um favor.

Deste modo, o garoto pilotou sua moto até onde costumava ser o apartamento de seu colega, ele só esperava que Kai não tivesse se mudado, afinal foram meses sem nenhum contato entre os dois, ele poderia ter se mudado. Porém, mesmo que não tivesse muita esperança de encontrá-lo, Karat seguiu seu rumo, e ao chegar no apartamento, tocou a campainha.

"Já vai!" Uma voz familiar gritou. Demorou apenas alguns segundos e a porta foi aberta por um homem jovem de moletom cinza e calça quadriculada. Ele ficou surpreso com o visitante, seus olhos se arregalaram e as palavras quase não saem de sua boca: "K-Ka- Karat! Karat?! Oh meu Deus! É você mesmo? Eu não acredito!"

"É... Sou eu, Kai." Karat respondeu um pouco desconfortável.

"Onde você se meteu?!" O homem abraçou a pessoa diante de si sem pensar duas vezes, a saudade era maior que seu espanto. "Cara, eu não acredito!... Você faz tanta falta. Todo mundo queria notícias suas!"

"Er... Eh..." Karat não sabia bem o que dizer, então ele apenas abraçou seu amigo com força dando alguns tapinhas em suas costas. "Também senti saudade de você... De todo mundo..."

"Ai meu Deus!" Kai afastou a pessoa em seus braços segurando-o pelos ombros e olhou bem para o seu rosto. "Você mudou! Am... Seu rosto está mais fino, mas os braços ainda são fortes. Parece mais bonito, mas... Está machucado?" Ele tocou em um ferimento na bochecha de Karat.

"Au!... Longa história. Eu caí no meio da caminho."

"Ah, como eu sou idiota! Não vamos ficar parados aqui. Entre, entre... Eu estou sozinho." Kai o convidou a entrar afastando-se do meio da porta. "Pode vir, minha namorada acabou de sair. Você provavelmente cruzou com ela, começamos a namorar faz três meses."

"Nossa... Pelo visto tem muita novidade para me contar." Karat abriu um sorriso fraco.

"E você também! Me deve uma explicação por ter sumido por quase um ano." O homem exigiu direcionando-se ao balcão que era o espaço para a cozinha. Ele apontou para uma mesa que servia como divisória para sala de jantar e a sala de estar que ficava onde tinha um sofá e a TV, então ele disse a Karat: "Sente aí, vou te servir um café. Mas, não se preocupe, não fui eu quem fez, foi minha namorada. Ela entende melhor disso do que eu. Só sei fazer drinks, fui promovido a Barman."

"Nossa, Kai! Isso é incrível." O rapaz ficou feliz com a notícia.

Kai abriu um sorriso, ele era dedicado no trabalho. A verdade sobre este homem é que, seus pais têm boas condições, não são milionários, mas são ricos. Kai nunca precisou trabalhar, sempre teve coisas boas, mas ele gosta de ganhar suas conquistas por mérito próprio, e ele gosta de trabalhar em bar.  Karat até veio outras vezes no apartamento dele, tudo era um pouco diferente, talvez a namorada nova tenha decorado o apartamento de Kai. Ele sentia-se um pouco desconfortável. Este homem era seu bom amigo, companheiro de farra e colega de trabalho, mas Karat sentia que algo em si havia mudado. As vezes costumamos ser próximos a alguém, mas um dia a vida nos afasta dessa pessoa e nós mudamos, mudamos tanto até voltarmos a vê-la e sermos como estranhos. Era assim que Karat se sentia, como um estranho para Kai, é desconfortável até falar, o que dirá pedir um favor.

Prisioneiro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora