Capítulo 32: Na mira do inimigo

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"Tudo aquilo que te machuca te deixa mais forte e pronto para a luta."

...

Karat acordou mais cedo que o costume naquela manhã com o barulho da televisão. Ele levantou, sentou na cama e olhou para a tatuagem na sua costela. Aquilo o fez lembrar de Kun e a saudade o deixou com duvidas se o que ele tinha decidido para si era mesmo a melhor decisão ou apenas um equívoco de seu profundo desespero.

Um banho rápido e ele já estava de pé direcionando-se a cozinha vestindo uma calça xadrez vermelha e uma camiseta branca, roupas que foram compradas com o dinheiro de seu próprio trabalho dos últimos dias. Kai e Elisa já estavam quase de saída. A mulher amarrava seus cabelos com um elástico preto enquanto seu namorado terminava de comer uma torrada com geleia de morango.

"Bom dia, Karat. Acordou cedo hoje." Elisa disse com sua energia calorosa de sempre e sorriso branco.

"Bom dia, Elisa." Karat sorriu de volta para ela, não dava para não ser gentil com uma garota tão doce. Com certeza Kai tinha acertado em uma boa namorada desta vez.

"Tem trampo hoje?" Kai perguntou ainda com a boca cheia.

Karat negou suavemente e puxou uma cadeira para se sentar próximo ao colega.

"O chefe não me ligou ontem, talvez apareça algo mais tarde."

"Então, eu vou deixar a chave reserva com você." Kai alertou ao se levantar. "Vê se cuida de tudo."

"Não se preocupe, eu vou cuidar bem da sua casa."

"Até mais tarde. Vou passar a manhã com os pais de Elisa."

"Okay! Eu cuido de tudo por aqui."

"Tchau, Karat. Tenha um bom dia." Elisa despediu-se soltando um beijo em sua mão para o garoto.

Karat acenou para ela com um sorriso nos lábios e seu amigo despediu-se com um Wai rápido e desajeitado porque estava com as mãos cheias de sacolas e a bolsa de Elisa.

Agora o rapaz estava alí sozinho e a TV permanecia ligada. Assim, enquanto preparava seu alimento com os restos da geleia de morango e um pedaço de pão, ele ouviu o noticiário. A morte de alguém que ele conhecia avia sido anunciada, "Faleceu nas últimas semanas o empresário Killin, dono de um império de hotéis e casinos. Deixando sua esposa, três filhos e um neto. Seu filho mais velho, que já cuidava dos negócios, agora assumirá todo o império que seu pai construiu." — Karat ficou sem palavras com aquela notícia. E seu semblante tornou-se mais obscuro quando ele viu a imagem de Kun naquela tela grande. Cansado, com olheiras inchadas e roxas, ele parecia horrível. Karat sentiu seu coração apertar, por mais que ele odiar Killin, sentia muito por Kun. Ele não sabe como era o homem que seu pai um dia foi, por isso Karat não o culpava por sua afeição e luto, pelo contrário, Karat sentia muito pelo sofrimento dele por alguém que não merecia suas lágrimas.

Ele tentou comer um pouco, mas quanto mais mastigada, mais parecia que a comida se multiplicavam dentro de sua boca. Então, Karat tomou um gole de café e engoliu aquele bolo de comida em sua boca para só aí jogar o resto do pão sobre um prato e desistir de comer. Ele não aguentou por muito tempo ver a imagem do homem que ainda domina seus sentimentos tão abatido pelo luto ao homem que feriu sua mãe e assim, levantou, pegou o controle e desligou a TV.

Prisioneiro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora