Capítulo 15: Julgamento errado

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"As vezes julgamos conhecer alguém que encontramos em uma situação errada. Mas, se nós permitirmos essa pessoa mostrar seu verdadeiro eu, ela ainda será essa ideia errada que temos dela?"

...

"Mestre?" A voz suave e submissa do jovem rapaz chamado Babe, ecoa pelo quarto de hotel. Mas, houve um longo silêncio assim que as palavras saíram de sua boca. Então, ele tornou a dizer: "Mestre? Está tudo bem?"

Kun era o homem que estava sentado na ponta da cama fitando a janela a frente, seu olhar fazia-o parecer estar com os pensamentos distantes. Foram tantos minutos desta forma que seu pobre companheiro estava confuso. Há muito tempo ajoelhado no chão esperando um comando, Babe ficou completamente perdido e preocpou-se com Kun. Aquela pessoa o trouxe até uma suíte luxuosa de seu hotel e mal brincou com ele, o rapaz estava fazendo praticamente tudo sozinho e o homem sequer estava olhando para ele.

"Mestre, olhe para mim." O garoto pediu já completamente ansioso. "Meus joelhos doem Mestre, diga algo, qualquer coisa e eu farei. Mas... Preste atenção em mim, Mestre!"

Kun finalmente lançou um olhar ao garoto, mas antes ele não tivesse olhado, foi um olhar tão deprimente que o garoto ficou surpreso.

"Estou cansado, é melhor você ir se lavar."

Cansado?! Babe ficou em choque. Este homem é praticamente insaciável e de repente disse que está cansado.

"Tem certeza, Mestre?" O garoto quis afirmar. "Só fizemos duas vezes hoje e... o Mestre mandou Babe brincar, mas nem olhou para ele."

"Sintou muito, Babe. Estou cansado do trabalho." Ele disse em um tom tão fraco que nem mesmo ele acreditaria em suas palavras.

O jovem ali sabia que havia algo de muito errado com seu mestre, mas ele era submisso demais para ousar argumentar com este homem. Então, obedientemente ele levantou do chão e tirou as orelhas de gatinho da sua cabeça.

"Estou indo, Mestre... Se precisar de mim é só me ligar, estou sempre disponível."

"Eu sei, Babe." Kun esboçou um fraco sorriso e viu o garoto sutilmente dar passos para trás e se afastar.

Ele pegou seu celular, que antes estava no silencioso, e viu que haviam muitas ligações perdidas de seu outro amante, Cake. Este jovem era o primeiro caso de Kun com quem Karat cruzou. Ele é muito fresco, soberbo e narcisista, completamente diferente do fofo, adorável e doce, Babe. Kun apenas não retornou a ligação e jogou o celular na cama pegando a carteira de cigarros, talvez fumar melhorasse o seu humor.

Não havia nada de atrativo naquela noite, depois que Babe saiu do quarto, Kun levantou e tomou um banho, ele vestiu uma calça e camisa social pretas. Assim que estava completamente arrumado, serviu-se um copo de wisky e foi para a sacada do quarto observar aquela noite de lua cheia. Haviam muitos barulhos de carros, motos, algazarra de pessoas gritando, sons de música... Uma noite tão conturbada quanto seus pensamentos. Ele simplesmente não conseguia tirar Karat da cabeça, seus amantes pareciam tão sem graça agora, o tipo submisso fiel como Babe já não parecia tão atraente, nem as delicadas curvas de seu corpo ou seus pequenos lábios finos. Este homem desejava algo completamente diferente, um tipo resistente difícil de ceder, que tem um ar bruto natural como um diamante que precisa ser lapidado, com ombros largos, braços fortes que o prendem, cintura fina, lábios grossos e aquele olhar afiado seduzente.

"Como eu cheguei a esse ponto?" Ele sussurrou para si mesmo como uma lamentação e virou o copo de Wisky dando um grande gole naquela bebida.

Mas, afinal, o que havia para se martirizar tanto? Ele desejava aquele garoto. Kun anseia por Karat, era para este ser um sentimento bom, no entanto, no fundo o que o incomoda é achar que este garoto é um pouco inalcançavel devido às circunstâncias que os cercam.

Prisioneiro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora