Capítulo 18: Apenas você e eu (+18)

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As vezes me pergunto se você realmente estava no meu caminho ou se foi apenas azarado por ter cruzado ele.


...

Três dias correram mais rápido do que podia-se esperar, Karat estava muito nervoso, já passava do meio dia e ele não conseguiu dormir bem na noite anterior, agora havia acabado de tomar banho e estava sentado em sua própria cama com apenas uma toalha ao redor de sua cintura e um monte de roupas espalhadas pelo colchão. Sua mala tinha sido feita e desfeita várias vezes, ele sempre sentia que estava levando a roupa errada ou que tinha esquecido algo, mas a verdade era que, ele temia o que seus instintos estivessem tentando dizer algo para ele, talvez seus desejos escondidos. Então, Karat não aguentou a pressão de sua própria mente e desistiu! Jogou as roupas em suas mãos para o lado e bufou, em seguida começou a roer a carne no canto de suas unhas.

Algumas batidas na porta foram ouvidas por aquele garoto e a voz de Billi soou logo após isso. Karat gritou dizendo que ele entrasse, assim, o homem abriu a porta e adentrou o quarto com um sorriso nos lábios. O bom humor dele sempre contagia Karat, mas esta tarde o garoto apenas o olhou com uma expressão frustrada quando o mais velho se pôs diante dele.

"O que foi? Não me diga que desistiu?!" Billi questionou sem perder seu bom humor e sentou-se no espaço da cama livre, de frente para Karat.

O mais novo jogou-se para frente enterrando sua cara entre as roupas em sua mala e choramingou: "Billi! Eu quero me enforcar! Não aguento mais, não sei o que levar na mala! Eu não deveria ter aceitado ir nessa viagem, sou um completo idiota!"

"Credo... Não diga uma coisa dessas, não seja tão dramático. Se enforcar..." Billi repreendeu fazendo uma fraca careta, a esposa de Kun havia morrido enforcada então, a fala de Karat soou um pouco pesada para ele. Mas, o segurança logo se recompôs e aconselhou: "Você deve ir, é o que eu penso. Vai ser bom para vocês dois se resolverem, você precisa conhecer o lado bom de Kun."

Karat ergueu imediatamente a cabeça e olhou para ele com um olhar enfezado. "Eu só estou pensando que sou idiota por estar indo em uma quase lua de mel com o meu sequestrador! Eu caí na real ontem a noite, Billi. Estou brincando de casinha com o cara que tá me mantendo em cárcere de privado. Isso é síndrome de Estocolmo, eu pirei de vez!"

"Karat, escuta aqui." Billi o pegou pelos dois ombros o fazendo olhar bem em seus olhos e falou seriamente: "Não cheguei a me formar em psicologia, mas eu estudei o suficiente para te afirmar, você não tem síndrome de Estocolmo! Você tem consciência de que o que fizeram com você não é certo e você quer ser livre. Então, pense melhor... Kun não é o culpado por você estar aqui, ele também não te queria aqui. Acontece que se você sair dessa família vão te matar. Acredite no que estou dizendo, esse é o único jeito de Kun te proteger. Se o conselho do Clã se reunir contra você, Kun não vai poder fazer nada."

Engolir aquelas palavras era difícil, mas Karat ainda engoliu em seco e seu rosto ganhou uma expressão abatida, o que fez Billi o soltar.

"Eu não entendo, Billi... Kun não é o líder?"

"Isso não é um governo absolutista, Karat! É um grupo de famílias que se uniram com um propósito em comum, dinheiro. A ganância deles sempre vai falar mais alto, e quem não quer o poder máximo do líder?"

"Kun está mesmo tão ferrado assim?"

"Tem sempre uma arma apontada para ele de algum lugar que ele não pode ver, mas ele é só um humano, Karat. Alguém que está sempre tentando tomar a melhor decisão para essas pessoas não matarem umas as outras. Ele tem que fazer todo mundo andar na linha."

Prisioneiro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora