Capítulo 27: Rota de fuga

342 37 49
                                    

"Aqueles que estão condenados não poderão fugir de sua sentença para sempre."

Quando retornou a sua casa, Mira notou que uma luz estava acesa, mas ela tinha certeza que havia deixado tudo apagado quando saiu de casa, e o mais estranho era que a casa ao lado, onde ela deixou seu filho com um amigo de seu ex marido, estava com as luzes apagadas e portas abertas. Um sentimento de angústia atingiu certeiramente aquela mulher, desesperada ela correu para dentro de casa. Ao abrir a porta em um forte empurrão, ela deparou-se com um monte de homens vestidos de preto circulando seu vizinho, Prasert. Mas, o pior certamente foi ver seu filho de seis anos no colo de uma jovem de cabelos curtos castanhos que trajava uma roupa preta aparentemente muito cara, ela só viu celebridades na TV usando algo assim. Sem dúvidas estava diante de uma pessoa muito poderosa, o que a deixou com um medo profundo, as órbitas de seus olhos tremeram em desespero vendo sua criança inocente brincando com um dinossauro de brinquedo no colo daquela garota.

"Quem é você?! O que estão fazendo aqui?! Prasert..." Ela pronunciou com muita pressa e aflição, sem saber se olhava para a mulher, seu filho, seu vizinho ou aqueles homens.

Kim não se moveu do lugar, apenas acariciou os cabelos da criança em seu colo e sorriu dizendo no idioma da mulher: "Ele é tão fofo e comportado. Criancinhas assim são tão vulneráveis... Como você pôde sair e deixá-lo sozinho com um homem estranho?"

"Ele não é estranho, é meu vizinho!" A mulher respondeu rápido já com os olhos cheios de lágrimas. As sacolas de compras em suas mãos despencaram no chão.

"Ah, mas não se deve confiar em ninguém, ainda mais um bandido de rua." Kim olhou de relance pra ele e outra vez para criança ainda acariciando os cabelos dela. "Seu filho parece gostar de dinossauros, veja como ele fica tranquilo."

"Mamãe! Olha o brinquedo." A criança mostrou inocentemente seu presente para a mãe.

A mulher engoliu em seco e lágrimas rolaram de seus olhos. "É lindo filho... Vá brincar lá dentro, deixe Mamãe conversar com a moça."

Kim abriu um sorriso de blefe e curvou um pouco as costas para falar cara a cara com a criança: "Obedeça sua mãe, vá brincar lá dentro."

"Obrigado pelo dinossauro."

"De nada, fofinho." Kim colocou a criança no chão, para o alívio da mãe dele. O coração da mulher se acalmou mais quando ela viu seu filho correr para a cozinha carregando o brinquedo, então desta vez ela ganhou toda a atenção de Kim. "Ele é bem falante."

"O que você quer vadia?! Por que você veio mexer com uma criança?!" Mira gritou angustiada derramando lágrimas por todo o seu rosto.

Kim cruzou as pernas e a encarou com um olhar assustador e um micro sorriso. Ela explicou calmamente: "Primeiro, não precisa me xingar. Vamos manter o respeito, você pode me chamar de Senhorita ou apenas de Kim. Eu sou Kim Lee Thakur, filha do Clã que domina essa cidade, irmã do Líder. Conhece minha família."

A mulher foi empurrada para o chão por Bob, seus joelhos dobraram e ela caiu sentada sobre as pernas. Ele apontou uma arma em sua cabeça e disse: "Responda todas as perguntas da Senhorita Kim, se quiser continuar com os miolos na cabeça!"

"É... É melhor obedecer, Mira! Eles não estão de brincadeira, os Thakur não tem piedade!" Prasert alertou em desespero.

Kim olhou para ele com amargura e pronunciou: "Fique calado se quiser continuar vivo." Em seguida ela olhou para Mira novamente, tirou uma faca de dentro de sua bolsa que estava pendurada na cadeira em que ela estava sentada e começou a brincar com aquilo, apenas para provocar mais aflição naquela mulher assombrada. Então, continuou dizendo: "Eu vim saber do seu marido, estamos tentando encontrá-lo, mas não o achamos. Você deve saber alguma coisa, certo?"

Prisioneiro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora