♡ Capítulo 5.

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◇ Pov Hana [Nome] - Tóquio, Junho de 2008

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◇ Pov Hana [Nome] - Tóquio, Junho de 2008.

A sensação agonizante em peito me fez levantar o tronco num salto assustado, o sono havia sumido numa velocidade impressionante e eu mal conseguia respirar por mais que puxasse o ar com força, havia uma dor seca em meu abdômen e coloquei a mão lá, desesperada.

--- Anjo? --- A voz sonolenta de Kei chegou aos meus ouvidos, mas não consegui falar nada pois parecia sufocada demais para isso --- Quê foi?

O moreno ligou o abajur na cômoda ao lado da cama e minha respiração ainda estava falha quando o quarto dele se iluminou parcialmente.

Eu tinha uma sensação horrível no peito, algo que não sabia explicar, e minha mão pressionou mais forte o abdômen, meus pensamentos estavam confusos.

As mãos quentes do moreno alcançaram meu rosto com cuidado.

--- Por que está chorando? --- Kei sussurrou, e finalmente olhei para ele, a luz amarela do abajur fazia seus olhos brilharem --- O quê aconteceu, meu anjo?

--- E-eu... eu não sei. --- Gaguejei, sentindo suor frio descer por minha nuca, deixando os fios soltos de meu cabelo pregados --- Um pesadelo. Acho que foi isso, eu... não consigo lembrar.

--- Vem aqui. --- Kei me puxou para seus braços devagar, me apertando.

Senti algumas lágrimas escorrendo por minhas bochechas e escondi o rosto no peito do moreno, sentindo a mão dele afagar meus cabelos, enquanto a outra esfregava minhas costas num carinho constante.

Eu odiava admitir que aquilo era costumeiro tanto para Baji, quanto para mim. Os pesadelos vinham me assombrando há tempos, e perdi a conta de quantas vezes o moreno e Chifuyu tiveram que me acalmar e dormir comigo em noites como está.

--- É como da última vez? --- Ele perguntou num sussurro, apoiando o queixo no topo de minha cabeça.

--- Não... é pior. --- Respondi, fungando numa tentativa falha de parar o choro.

Na última vez eu acordei gritando, e não gostava nem de lembrar quão preocupados os meninos ficaram comigo ao me ver naquele estado. Eu não gostava de preocupar os outros, mas não teve como fingir que estava tudo bem naquela noite em específico.

--- Quer... falar como foi? --- Kei pareceu hesitante e até incerto quando perguntou.

--- Eu não lembro. --- Confessei, afastando o rosto, que devia estar pra lá de vermelho, e o encarando sob a luz fraca do abajur --- Mas tem uma sensação ruim no meu peito. E meu abdômen... dói de um jeito esquisito.

--- Quer passar na sua tia? Ela tá de plantão hoje, né? Eu te levo. --- O moreno pois as mãos em minha cintura, me olhando preocupado.

--- Deixa pra lá, não quero preocupar ela. --- Suspirei, fechando os olhos --- Que horas são? Nós temos aula.

Eu queria muito trocar de assunto e esquecer o aperto no peito e a dor no abdômen. Baji se esticou para pegar o celular na cômoda.

--- Ainda temos uma hora. --- Respondeu, agora me olhando --- Você tá melhor? Podemos ficar aqui hoje, se não estiver bem para estudar.

--- Ia ser pior, estamos em época de provas não podemos faltar, eu vou ficar bem, não esquenta, amor. --- Sorri sem mostrar os dentes.

Baji me abraçou apertado, seus braços enlaçaram minha cintura e ele distribuiu beijos por meu rosto e pescoço antes de nos afastar.

--- Sabe que pode me falar qualquer coisa, né? --- Questionou, me olhando enquanto segurava meu rosto nas mãos.

--- Eu sei. --- Beijei a bochecha dele --- Obrigada.

--- Não por isso, meu anjo. --- O moreno me abraçou de novo --- Amo você.

--- Também amo você.

Mesmo após tantos meses, a morte de Shinichiro e Emma ainda me assombrava.

Eles estavam em meus sonhos ruins, principalmente o moreno, já que... estavamos brigados quando ele morreu e eu nunca aceitei isso, não consigo.

Sem a Toman parecia haver um buraco em meu peito, ainda que mantivessimos contato, todos estavam tomando um rumo diferente em suas vidas, e era um pouco estranho.

O quê me doía era o estado de Mikey. Eu tinha medo pelo futuro, mas Takemitchy não voltou em dois anos, então eu acreditava que estava tudo bem. Ao menos era nisso que me agarrava.

--- Anjo? --- A voz de Kei me tirou dos pensamentos --- Vamos, já tá na hora.

--- Estou indo, amor.

Baji e eu não estávamos mais na mesma escola, ele estudava com Chifuyu, Hakkai, Take e seu quarteto, já eu havia ido para uma escola mais próxima da academia de dança, onde agora eu dava aulas algumas vezes por semana. Hinata e Akemi também estavam nessa escola.

--- Vamos passar no Fuyu? --- Keisuke questionou, entrelaçando nossos dedos enquanto descíamos as escadas de seu andar.

--- Ele já deve ter ido, Hakkai vai com ele. --- Respondi, ajeitando a alça da mochila com a mão livre --- Você sabe que não precisa me levar na escola todo dia, não é? Eu posso ir com a Akemi, amor.

--- Até parece. --- Ele zombou, o cabelo amarrado num rabo de cavalo baixo --- Faço questão de levar você, as ruas estão muito perigosas. Cheias de vagabundos e delinquentes.

--- Keisuke, eu sei me defender, tá? E pare de negar seu passado de delinquente para colocar defeito nos outros. --- O cutuquei com o cotovelo, sorrindo --- Esqueceu que éramos da Toman?

--- Claro que não esqueci, mas nós éramos delinquentes de classe! --- Ele sorriu orgulhoso --- Não como os vários merdinhas que apareceram no Período Sengoku.

--- É, você tem razão. --- Suspirei, me lembrando do quão caótico ficou o mundo dos delinquentes após a Toman ser dissolvida --- A Toman segurava bem a barra.

--- Não fica pensando nisso, não somos mais delinquentes, Anjo. --- Baji falou em voz baixa, apertando minha mão --- As coisas são assim agora, não tem o quê fazer.

Mordi o lábio inferior de leve.

--- Você tem razão! --- Sorri, apertando sua mão, ele me encarou --- Não somos mais delinquentes, não temos que nos importar com isso, né?

--- É. --- Keisuke sorriu e beijou meus lábios de leve --- Vamos, não quero que chegue atrasada.

Enquanto seguiamos para fora do prédio, me senti um pouco culpada. A sensação ruim causada pelo sonho ainda estava presente, mas além dela, eu me sentia mal por Baji não saber a verdade.

Eu não havia deixado de ser uma gângster.

♡ NOTAS DA AUTORA ♡

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Próximo capítulo na quinta-feira. Quem tá acompanhando o arco final de Tokyo Revengers?

The Fallen Angel - Tokyo Revengers. [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora