The Black's Secret

1. Reconhecimento de território hostil

Estávamos no aeroporto internacional de Paris, um lugar que não era totalmente trouxa, na plataforma 11 seguindo a esquerda de um grande corredor antigo, havia uma cabine especial para os bruxos.

Cumprimentamos a recepcionista e atravessamos a passagem que parecia normal aos olhos de todos que passavam por ali, porém do outro lado o ambiente era totalmente mágico.

No nosso carrinho de bagagens, havia uma mala imensa que estava se mexendo demais, papai pegou sua varinha e deu um cutucão nela, então do objeto começou a surgir orelhas imensas e um nariz encurvado:

- Coitado do monstro. - Papai tinha o transfigurado em uma mala velha e remendada para passarmos despercebidos na parte trouxa do aeroporto.

- Era necessário. - Ele falou enquanto o elfo pulou de cima do carrinho e começou a nos acompanhar a pé.

Assim que chegamos no portão de embarque, corremos para não perder nosso voo, mamãe tinha atrasado por fazer um upgrade de assentos de última hora, ela queria ficar totalmente reclusa das outras pessoas, afinal de contas a volta de papai poderia causar um estardalhaço em Londres, pois só o ministério da magia de lá sabia que ele estava indo para lá.

*

Finalmente sentamos podendo olhar o céu estrelado pelas janelas enormes dos aviões de teto transparentes:

- Filha. - Minha mãe me a chamou atenção, fazendo eu desviar o olhar do céu para ela e papai, que estava projetando um escudo de proteção acústica ao nosso redor.

"Lá vem bomba" pensei enquanto encarava os dois que estavam com cara de preocupados.

- Não falamos antes porque não dava, então vou ser bem sucinta: Seu tio Sirius, irmão de seu pai, fugiu de Azkaban.

- O QUE? - Eu arregalei os olhos vendo meu pai concordar com o que minha mãe dizia.

- Por isso tive que adiantar o mais rápido que pude o nosso plano, eu sei que Sirius não é culpado e vou tentar pegar o caso em Londres pois ele está correndo o risco de receber o beijo do dementador. - Meu pai complementou dizendo.

- Por isso tudo foi tão rápido! - Eu finalmente tinha conseguido entender a pressa deles saírem da França.

- Sim e está na hora da nossa família se revelar ao mundo. - Papai segurou a mão da mamãe e a minha. - Temos muito trabalho pela frente, eu sei que não vai ser fácil e que a partir de agora todos são inimigos até que se prove o contrário.

- Isso não é muito exagero? - Eu ousei falar.

- Com segurança não se brinca. - Meu pai segurou meu rosto e olhou bem nos meus olhos. - Eu vi coisas terríveis, coisas que eu não quero que você veja nunca, mas eu tenho interceptado alguns sinais de que você-sabe-quem está retornando.

- Isso quer dizer que você achou o medalhão? - Eu perguntei apertando a mão dele.

- Estou com uma pista interessante de dentro do ministério, mas só vou saber quando chegar lá. - Ele respirou fundo e continuou a falar. - Por isso amanhã depois de me apresentar e falar com a imprensa nós vamos comemorar!

- Comemorar? - Mamãe levantou a sobrancelha.

- Sim, vamos sair em família ou em outras palavras, fazer reconhecimento de território hostil. Precisamos ser vistos para que todos saibam que os Black estão firmes e fortes.

- Dá pra fazer esse negócio de reconhecimento em Hogwarts? - Eu fiz uma careta e papai riu.

- Com certeza vamos ver bastante alunos da sua nova escola quando estivermos em Londres e ainda mais quando formos aos jogos da copa de quadribol. Tenho certeza que você vai conseguir socializar com as pessoas antes das aulas começarem.