25. Sangue envenenado

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Eu estava tão fundo na floresta que mal podia enxergar e a minha varinha só iluminava parte do caminho, para completar a minha fraqueza não me ajudava muito.

Comecei a ouvir um barulho estranho perto de mim, eu não sabia bem o que esperar, talvez algum bicho peçonhento ou monstro à espreita pelo cheiro de sangue:

- Garoooota - Eu ouvi um sussurro estranho em uma língua diferente. - Você precisa saiiiiir daqui.

Eu olhava para todos os lados e não via nada, mas reconheci aquela língua por falar ela muito bem, então uma outra voz falou:

- Ela não nos entende, Polux.

- Eu sei que ela entende. Eu sinto essas coisas. - A outra voz voltou a falar.

- Ela cheira a morte e tem alguns animais aqui que não gostam do cheiro dela, precisamos sair daqui- Eu me encolhi naquele momento.

Eu achava que o medo não estava no meu vocabulário, mas nas últimas semanas eu percebi que não entendia nada sobre ter medo, até ter de verdade.

Eu continuei a caminhar então senti algo enrolando na minha perna:
- Garoooota! - A primeira voz repetiu então apontei a varinha para baixo e vi uma cobra de duas cabeças. - Tem alguém te espiando no arbusto à esquerda.

- Talvez ele tenha fome, vamos sair daqui. - Eu parei de me movimentar para tentar ouvir se tinha alguém realmente ali por perto ao ouvir a última frase da cobra.

Eu mas não conseguia ouvir nada a não ser a minha respiração ofegante e cansada, então por via das dúvidas comecei a contar em pensamentos até três e antes de chegar no "um" eu lancei um feitiço:


- Incendia! - um raio vermelho saiu da minha varinha e atingiu o arbusto que começou a pegar fogo, de trás dele uma outra serpente, mas dessa vez uma imensa fugiu rastejando pela floresta.

- Que porra era aquela? - Eu acabei falando alto.

- Uma de nós, mas nada confiável! - Uma das vozes falou e aquela linda cobrinha verde de duas cabeças começou a se enrolar confortavelmente na minha perna.

- O que vocês querem comigo? - Eu comecei a falar curiosamente sem ter medo nenhum do animalzinho:

- Ele mandou a genteeee, o seu protetor.

- Lupin? Randolph? - Comecei a perguntar.

- Castor, ela não sabe do mestreeee? – Uma das cabeças perguntou para a outra.

- Ela trabalha para ele, ela tem que saber!

- Foi o Destino? - Eu sussurrei. – Mas ele não é meu protetor. - Achei estranho pois uma das últimas vezes que falei com ele eu era a escrava dele.

- Destino quer que ajudemos você - As vozes falaram em coro.

- Quem são vocês, porque exatamente ele mandou vocês?

- Castor e Polux. - As cabeças responderam. - Pra te ajudar a sair viva daqui!

- Mas qual seria a diferença? Se eu não morrer pela floresta vou morrer pelas feridas.

- Por isso nós viemos criançaaaaa. - Polux respondeu.

A cabeça da cobra Polux por fim me mordeu levemente e quando os dentes dela cravaram na pele da minha perna eu me senti tão bem como nunca.

Mesmo ferida eu estava energizada, a cobra continuava com a boca aberta sem me soltar, eu não sentia a dor da mordida, apenas uma sensação boa.

Eu não sabia como aquilo era possível, então continuei a minha caminhada esperando encontrar com Lupin:

The Black's SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora