21. Gêmeo do mau

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Eu entrei no expresso para Hogwarts sem maquiagem nenhuma, me sentindo mais poderosa do que nunca.

Meu olho direito estava quase preto com o sangue parado que estava ali, meu rosto arroxeado só mostrava que minhas férias tinham sido um tanto quanto diferentes da dos outros.

Eu ouvia de longe Fleur reclamando em francês que eu não deveria ter saído daquele jeito, que meu pai ficaria irritado em saber daquilo, porque eu tinha uma imagem a preservar, principalmente depois de tudo o que tinha acontecido e eu apenas fingia que ela não existia.

Quanto mais andávamos por entre os vagões mais eu era encarada e só rolando isso para minha prima parar de ser uma insuportável e ter um pouco de empatia:

- Que foi? Vocês nunca viram garotas na vida de vocês não? - Ela reclamava enquanto eu caminhava tranquilamente pouco me fodendo para todos ali.

Passei pelo pessoal da Sonserina e ouvi muitos murmúrios, reconheci entre eles a voz de Pansy que estava agarrada a Marcus Flint:

- Ela tá horrível, podia usar uma base mágica, que absurdo. - Todos me encararam em volta.

Eu apenas encarei a garota e dei o meu melhor sorriso, como se dissesse "quem desdenha quer comprar", pois ela falava tanto do quanto Flint era galinha, mas lá estava ela com ele.

"Todos aqui têm segredos, Alya. Todos aqui são um bando de hipócritas querendo ser perfeitos e você não é assim". Eu respirava fundo e tentava falar comigo mesma para não prestar a atenção nos comentários.

Mas era muito difícil, porque depois da morte do Juiz Bartô, todos começaram a ficar contra o meu pai e passaram a ver minha família como uma grande ameaça.

Fleur estava vermelha de raiva, ela continuava a falar em francês para eu ir mais depressa porque eu não tinha que ficar ouvindo as besteiras dos outros. Eu a olhei e como se aquilo não me afetasse, mesmo que por dentro eu estivesse acabada.

Quando chegamos no meio do vagão passamos por George e Fred que estavam com Angelina e outras meninas e o nível dos comentários pesou:

- Então ela curte uma coisa mais puxada pra agressão? - Fred começou a rir quando me viu.

- Será que caiu de cara da vassoura também? - George respondeu o irmão rindo.

Eu engoli seco e passei reto daquela cabine, imaginando-a pegar fogo, mas aquilo para Fleur foi o cúmulo e quando reparei ela estava tirando satisfação com os garotos:

- Vocês... Vocês... Aaaah!

- Calma, a gente nem tá falando de você. - Fred falava ainda entre os risos.

- Mexer com a minha prima é o mesmo que mexer comigo. - Ela falava brava.

Eu parei no meio do corredor e falei baixinho:

- Vem, não vale a pena. - Mas eu sabia que ela era tão teimosa quanto eu e sem me escutar ela continuou a discutir com os gêmeos:

- Vocês não têm vergonha de ficarem falando coisas de alguém sem saber o que aconteceu realmente? - Ela colocava as mãos na cintura parecendo uma velha dando bronca nos netos.

- Acalma ai senão você vai criar um bico e lançar bolas de fogo já já. - George falava rindo.

Aquilo foi o fim pra mim, me zoar tudo bem, mas querer falar sobre nossa descendência de Veela já era demais.

Eu me aproximei da cabine olhando George e Fred e apenas falei:
- Vocês podem ganhar na zoação idiota de vocês, mas se sintam lisonjeados por ainda terem dentes, porque na briga eu me garanto.

The Black's SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora