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MINHA MÃE CONTINUOU A SUA refeição. Calada é como ela se mantém, não diz nenhuma pequena palavra, seja ela positiva ou negativa. Eu fico insatisfeita à espera de alguma resposta sua mas ela opta por fingir que não escutou aquilo.
Eu não consigo mais comer, apenas observar enquanto ela faz isso. Espero um tempo e em seguida ela para. Fico impaciente por uma resposta sua, mas a mulher apenas fica balançando os hashis entre os dedos. Mamãe abre a boca e meus olhos acompanham atentos ao gesto, mas foi apenas para encher de comida.
— Mãe...? — sem aguentar mais, eu peço una resposta direta.
— Tem certeza? — ela pergunta depois de esvaziar a boca.
Suspiro aliviada e relaxo a postura. Fico contente por ela não se importar com isso e pego um dos rolinhos de Gimbap¹ (김밥), mas ele acaba caindo de volta no prato quando entendo que ela realmente pareceu não se importar com isso. Ela não deu a mínima.
Eu estava esperando mais. Não sei, algo do tipo "Ficou louca?", algum "não" ou que ela ficasse no mínimo triste pela minha decisão importante. Embora estivesse feliz que ela não brigará comigo por isso, eu queria que ela me adulasse um pouco, que dissesse para eu ficar e que morrerá de saudades se eu partir.
— Sim — confirmo minha escolha. Espero que ela diga algo, mas quando fica muda, eu disparo a falar: — A casa nova é bem perto da escola, dos meus amigos e do Felix. Será bom para mim, assim eu penso.
— Entendi, filha — ela fala, despreocupada enquanto desfruta da refeição.
— Vai ser só por este ano, a princípio — continuo compensando sua ausência de falas: — Eu quero morar com o papai, com Sumin e com o meu irmão. Eu quero tentar fazer parte da família deles também, mas isso não quer dizer que eu não goste de nós duas juntas, da nossa família aqui.
— Se já decidiu, não posso impedi-la — ela diz com a voz sua voz serena. — Eu sempre permiti que você fizesse o que tem vontade, amor. Não deveria se preocupar tanto com a minha reação. Sabe que eu te apoio em praticamente tudo.
— Eu sei, mãe. Só fiquei preocupada que pensasse que eu não gosto de morar com a senhora, porque eu adoro. Para mim, é incrível que possamos ter momentos bons uma com a outra, em que conseguimos falar abertamente sobre o que sentimos.
— Nós vamos continuar tendo momentos assim mesmo que você se mude — ela me garante. — Você vê o seu pai todo fim de semana, só vamos fazer uma troca agora. Eu te amo, sabe disso, não é?
— Sei sim — respondo sorridente. — Obrigada por aceitar o meu pedido de coração tão aberto.
— Você já tem dezoito anos, eu confio nas suas escolhas — ela me apoia. — Vou conversar melhor com o seu pai e resolver tudo, prometo.