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CINCO DA MANHÃ, EXATAMENTE cinco da manhã e Seungmin já está me ligando. Eu estou terminando de calcar os tênis com a maior má vontade do mundo, espero todas as suas ligações caírem, quem sabe ele vai embora e eu não serei mais obrigada a fazer isso. Mas quando eu desço, o encontro me esperando na porta.
— Cadê a sua garrafinha? — ele pergunta quando me vê. Eu esperava um "bom dia", não que o meu esteja sendo.
— Garrafinha?
— É, de agua.
— Ah, não. Eu bebo com você, não vou levar peso — me nego a sair carregando algo. O peso do meu corpo já é o bastante.
Seungmin concorda, pois sabe que se eu entrar em casa outra vez, não irei voltar. Eu tranco a porta e guardo a chave na boca da estátua de sapo que tem na varanda, me certifico antes de que não tem ninguém por perto para olhar, mas são cinco da manhã.
Quando eu contei a meu pai e Sumin ontem que farei uma caminhada com o Kim, eles nem acreditaram. Levei muito tempo construindo a minha imagem de garota sedentária, é comum a reação deles. Mas ficaram felizes quando ligaram para o meu amigo e ele confirmou, até obrigaram Felix a ir, mas quando ele estiver 100%. Meu irmão está se recuperando do resfriado.
Kim e eu fazemos um alongamento antes de sairmos, ele disse que ajudará a manter o ritmo e que evitará que eu me machuque. Nós começamos a caminhar na mesma velocidade que caminhamos quando voltamos da escola, estamos inclusive indo na direção dela. O meu amigo disse que o mais importante é controlar a respiração e não perder o ritmo, que como estou começando é normal que eu me sinta cansada e que amanhã sinta as minhas pernas pesadas, mas que em uma média de três dias eu me adaptarei ao exercício e poderemos aumentar a velocidade em que andamos.
— Não acha que é cedo para virmos à escola? — falo quando passamos em frente ao prédio.
— Tenta não conversar muito, vai ficar com a garganta seca muito rápido — ele diz. Mas o que eu acho mesmo é que ele está tentando evitar o meu nau humor. Ótimo, estou nessa e nem posso conversar.
Nós continuamos andando juntos. Estou levando isso como um castigo. Eu preferia ter ficado em casa, quase nem dormi, meu sono é muito precioso. Meus olhos quase fecham conforme caminho. Pé direito, pé esquerdo. Me forço a ficar acordada.
A situação é chata, mas, pelo menos, a vista é boa, com a cidade ainda clareando e alguns dos passarinhos já começando a cantar. O vento também está gostoso e até faz eu me arrepiar. Talvez isso não seja lá tão ruim. Depois de um longo tempo caminhando, nós finalmente chegamos na minha casa novamente, nós damos a volta inteira no bairro.