Desculpem-me o atraso de hoje. Meu computador deu problemas. Ossos do ofício. Eu espero que gostem.
Desamarro o lençol e desprendo Beatrice do meu corpo. É melhor facilitar as coisas. Não quero ser preso de novo ou morto. Coloco-a dentro do berço e observo Sasuke, que a admira deslumbrado. Ela fica nos encarando, apertando os lábios, confusa.
-O nome dela é Beatrice Uzumaki. Eu a chamo de Bia. - enxuguei as lágrimas que teimosamente desciam. Nem sei em que momento comecei a chorar. Devem ser os hormônios fervendo. Ou o sentimento de perda total que me sufoca.
-Beatrice. - ele se abaixou, segurando nas grades do berço para olhá-la de mais perto. Bia seguiu seu movimento com o olhar e o mirou muito curiosa, ficando calma. Ele fez aquele ronco vibrado com a garganta e bastou para a bebê sorrir. - Princesa Ayla. Sua Alteza Real, Beatrice Ayla de R'lyeh. - pendeu o rosto de lado, saboreando o nome. - Beatrice Ayla. - endireitou o corpo.
É um nome diferente.
-O que quer dizer "Aíla"?
-Ái-la. - corrigiu. - Quer dizer "Luz da Lua". - é um bonito nome. Nome de princesa.
-Linda escolha.
-Eu sempre quis uma criança com este nome. Nós temos dois nomes, os da nossa raça. - comentou. - Um terreno e um submarino. O meu nome submarino é Acrux, da Estrela de Magalhães. - não faz o menor sentido para mim, mas eu não pergunto, apenas balanço a cabeça. Parece que a minha impetuosidade está mansa agora. Sasuke olhou para a menina ao ouví-la resmungar e comprimir braços e pernas com certa força. - Ela está...
Eu vou a ela e a pego no colo.
-É fralda, precisa trocar, mas não tenho nenhuma aqui.
-Fralda. - pensou um pouco. - Buscarei fraldas. Não sei onde. - sussurrou pensativo como se eu não estivesse ali. - Vou pedir emprestado a Shisui. - continuava sussurrando. - É. - olhou para mim. - Eu trarei tudo o que precisar. Fique à vontade. Aqui está seguro.
Eu o segui até a porta do quarto - deste - e o vi sair a passos largos, mas antes que pudesse se afastar muito, o segurança de pijama o parou e a expressão de alívio deixou claro que esteve buscando o punk. Os dois conversaram. O rebelde ficou puto pela quarta ou quinta vez nesta noite. Essa pobre alma tem um sério problema de descontrole de nervos. Com tanto recurso, tanto dinheiro, tanta coisa em seu poder, qual é o sentido de ficar possesso de raiva a toda hora, tem o mundo inteiro nas mãos - puta que pariu, o desgraçado é da realeza e fez da minha filha uma princesa!
Parece até que estou estressado, mas não estou, é apenas um desabafo eufórico.
Os dois seguem juntos, o segurança dava tapinhas leves nas costas do pai de Bia, que se enfiou em modos tão carrancudos que me fez rir. Faz tempo que alguém não me causa risos sinceros. Ainda mais depois de tudo o que aconteceu comigo hoje. Gostei desse cara. Acho que não estou bem da cabeça - tive tantas oscilações de humor que me preocupo com um desmoronamento emocional.
Levo Bia até o banheiro e fico observando aquele lugar tão limpo que posso ver meu reflexo em qualquer parte. É uma estrutura recente porque seu design se difere do quarto de Bia e do quarto anterior ao dela. Parece menos renascentista e mais atual. Tem o tamanho da minha lavanderia-quarto, talvez maior. O cheiro de Bia fica mais forte, então eu parei de encarar com receio as paredes, imaculadas por algum empregado zeloso, e começo a despí-la para limpá-la.
Água morna, sabonete antialérgico para fazer bolhas - até isso eu achei numa estante ao lado da pia -, uma esponja bem macia e brinquedos de borracha.
Eu não hesitei depois de esperar por cinco minutos - com Bia chorando em meus braços - que alguém aparecesse de algum lugar dizendo que não posso usar aquele banheiro porque sou um ômega pobre e imundo que quer se aproveitar da realeza para arrancar algumas milhares de gotas.
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Durante a Chuva
FanfictionO ex-médico Naruto, um ômega, acreditava nas promessas de um futuro reluzente criadas pelo governo para a Púnia. Ele acreditava como as crianças acreditam nas lendas. Após o golpe, e com ele a destruição da sua fé no presidente Mandachuva, Naruto se...