Cap. 17 - Uma Revelação Real - parte 2

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Kakashi organizou a ordem das perguntas. Um de cada vez, teriam direito a me fazer três perguntas, uma a cada rodada. O advogado revisou os documentos e, por fim, autorizou que filmassem o ambiente, conforme o Príncipe Shisui indicava. Após alguns minutos em que os jornalistas faziam suas introduções, eles se reuniram à mesa. Agora realmente vai começar.

-Poderia falar um pouco sobre você. - perguntou um repórter de traços orientais. Confesso que não sei diferenciar as etnias, então não sei se ele é chinês, japonês ou coreano. Ou de outra etnia que tenha semelhanças a essas populações. Ele só me parece gentil.

-Meu nome é Naruto Daniel Uzumaki. Sou ex-médico cirurgião-geral, tenho 44 anos e morei a vida inteira na capital. - eles tomavam nota. - Não sou filho único e tenho boas relações com todos os meus parentes. Os que estão vivos. - observei Kakashi. Seu olhar sugere que vou bem. - Atualmente resido aqui, em Quattuor Delphinus, com os meus pais, os meus avós e a minha filha sob a proteção e os cuidados da monarquia ryleahna.

-O senhor esteve em relacionamentos anteriores ao Príncipe Sasuke?

Demorei uns segundos sondando o rosto de queixo quadrado do repórter francês.

Parece o tipo de homem que batalhou muito para estar na sua atual ocupação.

Os olhos faíscam de seriedade.

-Eu tive um namoro que durou por dois anos após a vitória de Mandachuva. - pensei bem nas minhas palavras. - Depois disso, permaneci sozinho até me envolver com Sua Majestade.

-O senhor era um apoiador convicto do governo, porém não é mais. - uma mulher loira de sotaque russo sutil afirmou. É a mais alta dos sentados, só mais que o francês. Sua postura é quase tão ereta quanto a de Shisui. Como se tivesse um cabo de vassoura nas costas. - O que mudou?

-A política de repressão ômega, senhorita. - notei confusão no rosto dela, revelação no rosto do oriental e do francês, porém havia sutil desgosto na mulher dos cílios falsos e neutralidade num branco careca, o que permaneceu sem nada demonstrar. - Eu acreditei piamente de que cada decisão nos faria bem, porém não imaginava que iria me afetar. Minha posição de médico permitiu o luxo de pertencer à classe média. Achava que os privilégios da classe alta também viriam para mim uma vez que apoiasse o governo sem pensar duas vezes. Só que eu nasci ômega. - sorri, não sei porque. - Uma casta que intimida Mandachuva. Ele estabeleceu um decreto que enviava todas as finanças de ômegas solteiros, homens ou mulheres, para uma conta do governo e criminalizou ômegas que trabalhavam fora dos ciclos domésticos. Infelizmente, não houve como eu continuar a favor.

Sinto-me mais confortável a falar.

Dessa vez, não deixarei que a minha língua afiada cometa erros.

Estou bem centrado nos meus pensamentos.

-Por que acha que - era a repórter púnica agora. - os ômegas intimidam Mandachuva?

-É irrelevante. - Kakashi respondeu antes que eu abrisse a boca. - Para a questão. Reformule sua pergunta, senhorita.

Ela suspirou e observou suas anotações.

-É conhecido o seu desinteresse em casar e ter filhos, ainda que seja da sua natureza, então por que decidiu, repentinamente, ter uma criança?

Encurtei meu olhar, percebendo as provocações.

Não vou cair nessa.

-O governo estabeleceu que os ômegas só devem procriar. Lei 8.457 de 12 de Janeiro de 2084, parágrafo 1, outorgada pela Assembleia Constituinte daquele ano. Quem quebrasse essa lei, era punido com a detenção permanente na prisão. - ela olha-me desconfiada agora. - Uma semana antes de engravidar, recebemos a notificação de que na minha casa haviam dois ômegas solteiros e que pelo menos um deveria engravidar ou toda a família seria presa por violar esta lei. Conversei com Sasuke sobre o caso e lhe pedi ajuda. Ele concordou em assumir a responsabilidade.

Durante a ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora