Cap. 17 - Uma Revelação Real - parte 1

1.2K 177 34
                                    

Estamos um cado longe de cumprir a meta, mas eu estou muito esperançosa de que conseguiremos porque somos incríveis. Vamos de capítulo.


Não sei em que momento eu passei a esticar a minha mão para fora do berço procurando segurar a de Sasuke, que adormecia perto, por cima do urso gigante - em todas as vezes em que o viu ali, havia uma pilha de papéis, ou um computador, ou um aparelho eletrônico com uma lista de afazeres completada, e claros sinais de cansaço -, com um braço esticado e apoiado na grade do berço.

Na primeira manhã, achei que ele queria tocar Bia, mas nossos dedos quase se encontravam por cima do corpo infante. Um gesto simples que provocou uma grande impressão em mim. Depois daquela manhã, do nosso suposto encontro, Sasuke pediu que eu fosse com nossa filha até o escritório dele ou para uma sala particular onde ele estivesse sozinho com suas obrigações de rei, geralmente depois de muitas reuniões ou interações com pessoas diversas ou após algumas investigações no mar. A embarcação está numa perícia para entender o que aconteceu antes de devolver ao dono - esta foi a decisão do Rei Itachi, mas não tenho certeza o motivo para isso.

Talvez tenha alguma relação com a diplomacia, que é bem a cara dele.

Também passei a perceber que há uma flor vermelha no meu quarto, ao lado da cama onde dormi duas vezes desde que fui salvo - uma rosa brotando do meio de uma flor de lótus, as pétalas criam um degradê do carmim ao vermelho profundo quase hipnótico.

Não tenho certeza do que significa, mas algo me diz que é um presente deixado por Sasuke para mim, porque destoa da decoração do quarto. É a única coisa vermelha visível aqui - tem as roupinhas de Bia, mas estão guardadas no closet pessoal dela - e é a única que não faz sentido com a minha filha. Os presentes que Sasuke deu a ela são adequados para a idade dela, para a concepção de uma bebê de poucas semanas - geralmente estão aptos a ser mordidos.

Sinto-me cheio desse sentimento sem nome, mas feliz e querido.

Eu esqueci do meu fraco para flores, durante a juventude - e nem sei se vale a pena comentar agora este aspecto da minha vida perdido no meu passado afastado de mim por um abismo.

Quando Bia adormece no carrinho, eu me sento na cama para observar a beleza dessa flor tão incomum, meio tentacular, meio aquática em sua constituição e não importa como eu olho para ela, só consigo ver a delicadeza das mãos de Sasuke. Quando sou convidado a estar na presença do Quase-rei e o vejo trabalhar, sinto-me mais comovido por ele. Até agora, nesses poucos dias de convivência fora do quarto e da praia, eu acompanhei sua desenvoltura para lidar com suas obrigações de monarca, dedicando-se a leituras, estudos de relatos e observações oriundas de visitas.

Me recorda dos meus anos de médico, com as minhas turmas universitárias de Medicina e com os meus casos clínicos aos quais eu me dedicava com muito vigor.

-Sasuke. - chamei baixinho. Ele ergueu os olhos da tela do computador e me fitou. - Eu vou amamentar agora. - eu já entendi que não tenho permissão de me expor amamentando pelas leis de R'lyeh. O príncipe saiu da cadeira elegante para fechar as cortinas das janelas e avisar aos soldados ao lado da porta que ninguém deveria entrar até segunda ordem. Eu agradeci com um sorriso antes de erguer a minha blusa e levar Bia até sua fonte de alimento. Sasuke aproveitou este momento para descansar por um momento, tirando os óculos para relaxar os olhos. - Está tudo bem?

-Sim. Só estou um pouco cansado. - sussurrou. Um braço cobria os olhos. - O problema de uma monarquia efetiva é que os reis devem decidir quase sempre sozinhos. - apoiei melhor nossa menina para que eu pudesse observá-lo. - Temos ministros para assuntos menores e representantes em todos os ducados com quem nos reunimos mensalmente para ficarmos a par das coisas, mas a soberania ainda é nossa, minha e de Itachi. A palavra final é nossa e isso é bem exaustivo de fato.

Durante a ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora