Cap. 13.2 - Façam as suas Apostas

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Os alfas da realeza, ao contrário do que acontecia por aqui, não tomam amantes - talvez depois de se casar, mas é proibido antes e se acontecer, e forem pegos, os alfas são castrados -, portanto, não podem satisfazer seus cios. Os alfas e os ômegas não pertencem a eles mesmos dentro do alto-escalão de R'lyeh, mas são dos deuses e só quando eles querem, essas castas podem se entregar "à luxúria do corpo". Por isso, o hábito de casar tão logo ocorram os primeiros cios é bem recorrente, e recomendado, porém nem sempre é possível e este foi o caso dos netos.

Cada geração dos Uchihas na realeza lidaram com uma Grande Guerra Interplanetária. Madara falou com enorme pesar sobre isso. A última, e mais longa, fora enfrentada pelos seus netos e eles se deslocaram para a Terra a fim de descansar do caos. Reorganizar as cabeças para continuar com suas obrigações da Coroa. Houve uma promessa matrimonial, mas não foi um plano criado em concordância com as vontades divinas, não houve consulta às estrelas, portanto, não se realizou.

Lembrei-me dessa promessa, mas não lembrei no momento quem me contou. Minha cabeça não está muito boa nesse sentido da memória, desculpe-me. Ah, Tekka. Ela entregou a questão: perdeu Itachi para um estrangeiro e teme perder Sasuke para mim. Que loucura.

Madara continua o seu relato ao dizer que Itachi tomou essas atitudes, criou este ritual quando chegaram aqui para impedir que o seu irmão caísse em mãos erradas no momento seu vulnerável. Ele era recém-casado e sabia do papel significativo de Sasuke na balança política da monarquia, e da promessa - que persistia atormentando o Rei como uma coceira num local inalcançável. Interessante analogia. Isso explica a bizarra postura superprotetora. Madara acrescentou, ainda, que se os deuses fizeram Itachi obcecado pelo irmão e se ele fosse fêmea, de qualquer maneira, teria casado com ele.

-Incesto...?

-Anos desesperados. - Madara meneou a cabeça. - Obviamente que eu não consentiria com isso. Em parte é culpa dos deuses, em parte é de Sasuke.

-Como pode ser culpa dele a loucura do outro?

-Nunca mais repita isso na sua vida. - ele disse seriamente, me impedindo de prosseguir. Sua expressão não era de raiva como eu já vi nos empregados, quando alguém fala mal dos monarcas. É de medo por mim. - Só eu e Sasuke temos autoridade de culpar... - não continuou porque serviçais se aproximavam carregando pilhas de lençóis. Eu entendi sua hesitação.

-Desculpe.

-Se preza pela vida da sua família, meça suas palavras.

-Sim senhor. - respirei fundo ao continuar andando. - Mas qual é a culpa de Sasuke nessa história? - sussurrei, ainda motivado pelo meu lado fofoqueiro.

-Ele é uma sereia, para que entenda segundo os preceitos da sua cultura. E mesmo entre nós, submarinos, que demos origem à maioria das suas lendas, uma sereia é extremamente rara. - estou confuso: pensei que ele só falasse com os peixes. Sabe? Meio Aquaman. - Não subestime alguém que pode falar diretamente com a sua alma, seja você humano, submarino, peixe ou criatura.

-Sasuke pode fazer isso?

-Sempre que é de sua vontade.

-Eu não entendo.

Viramos num corredor familiar. Passamos pela porta azul que guarda o lar dos meus pais. Pedi licença a Madara para buscar a minha filha e depois de uma breve conversa com meus pais sobre o que aconteceu naquela noite - e me dando conta que já passa da uma da manhã -, continuamos. O corredor do meu quarto surge paralelo ao que estamos. Madara anda mais rápido quando eu queria ir devagar para termos mais tempo. Há mais perguntas que quero fazer.

-É coisa de peixe. Não se preocupe. Não te afetará como nos afeta. - notei que ele não queria falar no assunto, e embora eu estivesse muito curioso por entender porque ele é o único que recebeu essa alcunha. Achei que os submarinos chamariam os ômegas de sereias, como os terrenos fazem, no entanto não é algo que eu escuto muito. Enfim chegamos à porta do meu quarto.

Durante a ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora