Cap. 7 - Agora, tem-se a Princesa

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Desculpem não ter postado ontem. Tive uma semana terrivelmente cheia e pouco tempo para dormir. Então tirei o domingo para descansar. Acabei dormindo demais e perdendo a hora. Farei o possível para não se repetir no próximo domingo.

Depois de alguns minutos, Sasuke me deixou sozinho com os meus pensamentos.

Deitei dentro do berço - para você ter uma ideia do tamanho dessa coisa, eu meço 1,75 m de altura e fiquei confortável lá dentro, apesar de encolher um pouco as pernas, havendo bastante espaço para nós dois - e abracei a minha bebê, porque só assim eu conseguiria relaxar.

As palavras de Itachi passam pela minha cabeça. Sobre o casamento. Eu gostaria de lhe dizer que aceitarei de cara a proposta para largar a minha miséria no Subúrbio 8 e viver um conto de fadas pessoal, gostaria muito de abrilhantar a sua vida com esta notícia. Não é simples assim. Apesar de terem salvo a minha vida, há coisas obscuras que talvez você não sabia sobre os submarinos, fatos que explicam porque todo o planeta mantém um pé atrás sempre que vão se relacionar com eles.

Tudo o que sei sobre o Povo do Mar são péssimas notícias.

Monstros que comem bebês; associação com o pior governo desde Hitler - o que fizeram por mim não anula o fato de que eles apoiam financeiramente a Púnia com seus acordos comerciais, não seja hipócrita de acreditar no contrário -; criaturas tenebrosas dignas dos pesadelos mais violentos de H.P. Lovecraft vindas de outro planeta ocupando as profundezas; seres humanóides e insólitos dos quais se sabe pouco e incitam medo e loucura em quem os conhece de verdade; desastres econômicos por causa da manipulação da balança comercial por meio de produtos - imperialismo moderno, dizem - e tantas outras coisas que eu não quero acreditar que seja verdade, mas sussurram por aí.

Histórias de terror.

Não posso aceitar. Não posso aceitar. Eu tenho princípios. Eu tenho medo pelo resto de nós.

No entanto, serei egoísta e idiota se impedir a minha filha de viver o próprio conto de fadas.

Sei que se eu simplesmente fugir com ela para algum lugar, toda a minha família sofrerá as consequências. Algo me diz que Rei Itachi não será tão misericordioso comigo se eu agir com covardia depois de sua acolhida. Talvez seja esta a intenção do monarca ao me falar de que está em poder da minha família, cuidando dela. Nada tira da minha cabeça que pode haver uma ameaça escondida em toda aquela gentileza cheia de polidez. Ele é alfa e, até onde sei, poucos alfas são realmente bondosos e confiáveis. Não existem pessoas totalmente altruístas neste país.

Nem eu sou assim.

Tudo o que fiz até hoje foi pensando em como poderia proteger ou cuidar da minha família e dela somente - sofro pelo país, mas minha avó me ensinou que uma só andorinha não faz verão.

Olho para o seu rosto sereno, a barriguinha subindo e descendo dentro da roupinha de dormir. Os lábios quase formam a boca de um peixinho. Eu devo ir, mas Bia terá que ficar. É o melhor para nós dois. Me dói tomar tal decisão, porém sei que ela não correrá nenhum risco, ao contrário de mim e dos meus, sei que Sasuke a protegerá. Ele veio por ela, somente.

Quanto menos tempo eu passar com ela, menos dolorosa será a despedida, pois o nosso vínculo ficará fino, frágil. Bia me esquecerá e assim, não sofrerá. Estará rodeada de luxo e riqueza, bonança e fartura, nunca saberá que um dia tocou a miséria e, quem sabe, se tornará uma rainha.

E terá me esquecido pelo seu próprio bem.

Esquecer é uma bênção.

Eu queria esquecer algumas coisas.

Dormi perdido em meus pensamentos e em minhas decisões.

Despertei quando passei a mão pelo colchão e não encontrei Bia. Afastei os lençóis. Nada. Saltei para fora do berço e a procurei pelo quarto, desesperado, sem acreditar que a perdi quando deveria ter a vigiado. Justo porque dormi! Porque confiei naquele...! Droga, porra, puta que... Seu riso atraiu a minha atenção. As janelas. Vem de lá. Corri, afastei as cortinas, seguindo o doce som da gargalhada infantil e encontrei minha menina nos braços de Sasuke.

Durante a ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora