Capítulo 61

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Maya

Entrei novamente na casa e sentir um incomodo no corpo quando vi Caleb sentado no sofá com a cabeça abaixada.

"Ele estava certo?" - perguntei me sentando ao meu lado.

"A letra é dela e aqui diz que o pai de Diego é outro." - ele me entregou a carta.

Diego, meu filho, você não sabe o quanto meu coração se encher de orgulho pelo pessoa que você se tornou. Nunca vou me esquecer que foi você que me apresentou o amor verdadeiro, desde do seu primeiro chute na minha barriga, doeu, mas meu choro naquele dia foi de alegria, de puro amor.

Eu fiz muitas coisas no passado que com certeza vai ter magoar, mas sabe? No passado eu simplesmente era eu mesma. Eu era a garota que sonhava no meu mundo imaginário e tinha o sonho de explorar cada canto desse mundo, mas como quase todas garotas eu também me envolvi com alguém que não tinha o mínimo de amor por mim, e ao contrário dele, eu o amei, e fiquei grávida de você. Como muitos cafajestes no mundo ele não quis assumir, eu e fiquei com muita medo de ver decepção nos olhos do seu avô, que sempre me criou tão bem, me enchendo de amor e carinho. Com tudo isso resolvi me casar com Antony Carter, o qual você conhece com seu pai, mas ele é apenas pai de Caleb. Sinto muito pela decepção e tristeza que lhe causei nesse momento.

Não posso dizer que minha vida depois desse casamento foi mil maravilhas, mas me bastava ter você e seu irmão.
Se hoje escrevo isso é porque estou com maus pressentimentos, e sinto que talvez não vou ter outra oportunidade.
Eu queria dizer mais filho, explicar melhor mas meus olhos estão embaçados com minhas lágrimas e não consigo... Eu Te amo, do fundo do meu coração, te amo e desculpe por tudo. Diego.

Eu sentir meu coração acelera e cada frase lida. Caleb está ainda ao meu lado olhando para o nada enquanto estava perdido em seus pensamentos.

"Eu fico me perguntando o que minha mãe passou ao lado do meu pai." - disse ele com a voz baixa. "Ela sentia que alguma coisa ruim iria acontecer com ela. Você já imaginou como é viver sabendo que a qualquer momento sua vida pode acabar?"

"Ela sofreu bastante." - disse a verdade. "Mas olha." - mostrei a carta. "Ela reconheceu o amor, ela amava vocês."

"No fundo eu e Diego que trouxemos infelicidade para ela." - disse com amargura na voz.

"Não é verdade, existem mães que saber amar e a sua tinha esse sentimento. Minha avó dizia que amor de mãe é grandioso e acolhedor, capaz que curar qualquer dor que ambos possa sentir." - falei.

"Não há mais nada que eu possa fazer para mudar tudo que ela passou e isso me atormenta me destruir."

"Sempre pensamos que poderíamos ter feito mais, que poderíamos ter dado mais motivos de alegrias, felicidades e até orgulho, e vamos continuar nossas vidas pensando desta forma porque a tristeza cola peças em nossas mentes e apaga os momentos bons e valiosos que tivemos." - falei me lembrando que tudo que eu mesma ficava remoendo depois da morte do meu pai. "Não se esqueça de todos os sorrisos e histórias de felicidades que você teve com sua mãe, as vezes a infelicidade pesa menos na balança quando se pesa junto com a felicidade."

"Você tem razão, mas preciso de tempo para conciliar tudo isso." - ele me olhou. "Te vejo na aula?"

"Tudo bem, te vejo lá." - falei me levantando. "Só vou me trocar." - olhei para as roupas que eu estava usando.

"Não tenha pressa." - ele me olhou pela última vez antes de entrar em uma das salas que possuía daquele andar de baixo.

...

"Está tudo bem?" - perguntou Raven sentada ao meu lado no refeitório.

"Bom, acho que sim." - respondi.

PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora