Capítulo 104

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Maya

Tomei banho com o coração batendo forte, minhas mãos estavam trêmulas e eu não conseguia evitar de sorri como uma boba.

Ele está mais disposto, mas próximo e eu sinto que ele está se entregando aos poucos com seus sinais que ele não pode evitar. Eu o conheço com a palma da minha mão e sua forma de agir não mudou depois do acidente; ele continua sendo o mesmo marrento de sempre e se comportando como um sem coração que prefere está sozinho, mas no fundo é apenas um garoto que fez da vida uma armadura e protege seu coração como pode.

E isso me faz ter a certeza que está com Caleb foi a melhor decisão da minha vida. Eu simplesmente não consigo e nem suporto a ideia que não está com ele. É algo que ninguém nunca entende, e eu nem faço questão que entendam, mas o fato é que esse mesmo garoto marrento e as vezes sem coração, foi a única pessoa que me fez querer viver, amar e continuar. 

E vê esse menino com a mente bagunçada, mas mesmo assim me mantendo por perto, só reforço o quanto ele está disposto a me fazer bem, e como ele é o único a me manter curada e amada.

...

Quando me deitei na cama ele estava mexendo no celular, mas no instante seguinte ele colocou o celular no criado-mudo.  

"Meu corpo está dolorido." - menti em uma forma de puxar assunto.

"Por que?" - ele passou as mãos na minhas costas. 

"Não sei, talvez pelo dia corrido." - respondi. "O que você fez a tarde?"

"Treinei." 

"Qual a parte de não puder fazer esforços você não entendeu?" - perguntei. 

"Não fiz muito esforço." - respondeu ele. 

"Por que você quis que eu voltasse?" - perguntei sem rodeio. Nunca fui uma pessoa que soubesse encaixa assuntos até chega aonde eu quero, sempre foi na lata, na cara e na coragem.

"Não sei." - respondeu.

"Nesse instante, você concordaria em terminar comigo?" - perguntei. 

"Você quer isso?" - ele me olhou nos olhos através da luz do abajur. 

"Claro que não, mas quero sabe, você concordaria ou não?"

"Não. O Caleb que conheceu você se arrependeria disso." - disse. "E o de agora também." - disse com tom de voz baixo. 

"Mesmo?" - perguntei me aproximando dele e senti sua respiração pesar. 

"Sim." - confirmou. 

"É péssimo que estejamos assim, eu realmente sinto tanto a sua falta." - deitei a cabeça sob seu peito e acariciei seu abdômen.

Eu não queria assusta-lo mas eu não estava sabendo me controlar. Minhas mãos estava formigando, eu queria mais, queria explora cada parte do seu corpo com minhas mãos, com minha boca.

Lentamente levantei minha cabeça e no seu pescoço depositei um beijo. Senti seu corpo se arrepiar, mas ele continuo imóvel. 

Naquela altura do campeonato seu cheiro já tinha roubado meu juízo, seu corpo quente sob o meu aqueceu meu corpo e a saudade estava gritante e insuportável.

Não pensei direito no momento que beijei sua boca, foi rápido, inesperado e foi apenas uma selinho, mas foi o suficiente para aquela sensação de borboletas no estômago me atingir em cheio. Era como se fosse nosso primeiro beijo, ou um beijo de reconciliação que causa a mesma sensação gostosa.

No instante seguinte Caleb segurou no meu rosto e com os olhos em chamas ele me beijou. 

Quando sua língua entrou em contato com a minha eu fui ao céu, meu coração se aqueceu e eu voltei para meu aconchego.

PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora