You know I do - Avatrice

Capítulo 22 - Colossenses 4:5-6

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AVA

"Andai em sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo. A vossa conversa seja sempre com graça, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um - Colossenses 4:5-6"

— Você é um tremendo de um hipócrita.

O salão inteiro ficou em silêncio depois do que disse.

Era compreensivo que todas ali presentes arregalassem os olhos e segurassem as respirações, agindo como se ela tivesse acabado de cometer um pecado e, de certo, o tinha feito. Entretanto, estava furiosa; completamente irritada com as condições que estavam jogando sobre seus ombros depois de tudo que passaram.

Uma semana após a batalha contra Adriel, o Papa Duretti tinha cansado de esperar um relatório sobre o ocorrido e se considerava misericordioso por as terem abrigado no Berço do Gato durante o período, mas sua impaciente o tinha levado pessoalmente a base das irmãs guerreiras para tirar satisfações e lhes dar um ultimato.

Ava agarrou com força as laterais do púlpito antes de continuar:

— Escute aqui – levantou o indicador e o apontou com raiva para o homem. — Eu estou pouco me fodendo de você é o Papa ou a porra de um "servo de Deus". Lúcifer nos ajudou. Ele foi o responsável por derrotar Adriel e salvar a porra da situação onde a Igreja estava metida.

O Papa, mesmo chocado com a sua atitude, proferiu. — Guerreiras foram enviadas e...

— Ah, sim, claro – deu a volta no púlpito, colocando-se a poucos centímetros do Papa. — Eu me esqueci de agradecer por uma ajuda que chegou no último segundo, mas não serviu para porra nenhuma.

— Meça suas palavras dentro da casa de Deus, criança.

— Você é quem deve calar a merda da boca! — gritou, o Papa tendo que fechar os olhos quando resquícios de sua saliva o atingiram. — Nós passamos meses, meses, formulando planos, colocando nossas vidas em risco, buscando ajuda na porra do além e conseguimos completar toda a missão. Nós ganhamos. Você não tem direito algum de querer nos punir por ter salvado a porra da sua raça apenas porque tivemos ajuda de Lúcifer. Acredite quando eu digo que ele foi muito mais divino que o maldito do seu Deus.

— Você tomou o diabo como sua figura paterna, aliou-se a ele e compactuou com ele —Duretti falou em um tom baixo, provavelmente não querendo citar Lúcifer naquele ambiente. — A Igreja não vai permitir que tais ações passem impunes.

— Certo, me diga algo que a Igreja permite? — ela esperou por alguns segundos, dando risada do silencio proveniente do Papa. — No começo de tudo, eu amei esta religião. O cristianismo. Ver como minhas amigas eram devotas ao que acreditavam era algo tão lindo para mim. Vê-las dentro da Igreja fazendo promessas e louvando era incrível aos meus olhos, um pouco chato, mas ainda impressionante. No final, vocês foram os primeiros a virarem as costas para elas apenas para protegem sua reputação.

— Nós não...

— Você tem duas opções, Papa — sibilou o titulo com veneno na língua. — Sair daqui imediatamente, nos deixando em paz e esquecendo toda essa merda de querer nos marcar em ferro quente. Que porra é essa? Século dez? — balançou os ombros em escárnio. — Ou... toque um dedo sequer em qualquer uma de nós e você vai conhecer um pouco do que posso fazer com essa coisa em minhas costas.