Prólogo - Problemas na Família

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Quatro anos e meio depois da morte Gun Theerapanyakul

               Fim de tarde, sentados à mesa de reunião do novo escritório geral da  Theerapanyakul et Sons, dois homens finalizam o trabalho do dia. Todos os funcionários já deixaram o local, mas os dois empresários jovens ainda tinham assuntos a tratar.  E um deles era considerado prioridade. 

           — Kinn, como vamos resolver essa briga do Khun e Macau?

           Os primos estão trabalhando em um projeto conjunto e por isso estão ocupando o mesmo escritório.

           — Papai quer que seu irmão venha trabalhar mais perto de nós.

           Vegas soltou aquela risada demoníaca dele e Kinn riu junto. O convívio nesses quase quatro anos tinha aparado muitas das arestas. E tanto Vegas quanto Macau tinham descoberto que por dentro dos muros da Família maior o amor e o respeito imperavam. Os dois irmãos foram recebidos na família com o mesmo carinho e respeito que os outros dois primos que chegaram juntos, Porsche e Chay. Por outro lado, Kinn e os irmãos tinham descoberto que, uma vez liberto do peso do passado, o pai se permitiu abrir mais para os filhos e isso tinha aliviado o relacionamento de todos.

           Só que nem tudo é paz. Macau e Khun não conseguem se acertar. Eles ainda vivem às turras e as brigas só são interrompidas quando alguém da família precisa de ajuda. Por isso, Vegas resolveu conversar com o primo.

            O tio anda sondando e acredita que há algum mal entendido entre eles. E Khorn Theerapanyakul quase nunca está enganado.

            Na verdade, o senhor Korn andava insistindo em criar missões específicas para que Vegas e Kinn trabalhassem juntos em prol de causas dos membros da Família. Já tinha induzido os dois a resolver o problema de amor de Tay e seus namorados um ano depois que a grande crise acabou.

            Sempre que aparecia algo para testar a habilidade de líder, Korn colocava os dois para trabalharem juntos. E essa técnica era o que os aproximava. A competição entre os dois, que era incentivada por Gun Theerapanyakul, o pai de Vegas,, mesmo que Kinn não estivesse interessado antes, foi aos poucos sendo substituída pelo trabalho deles como uma equipe de liderança. Korn apontava sempre os pontos altos de cada um e mostrava que era a junção deles que os faziam imbatíveis.

            Uma vez trabalhando juntos, eles mesmo já conseguiam resolver situações impossíveis, mesmo sem a interferência do homem mais velho. E unir o filho mais velho da casa com o mais novo da outra seria banir de vez a ideia de família maior e menor no âmbito íntimo. A intenção dos primos era seguir mantendo essa divisão apenas no ambiente corporativo pelo poder de mercado que isso dava ao Império deles. 

             Aproximar Macau e Khun era uma forma de manter a unidade necessária para viverem em paz definitiva entre si. A amizade entre os familiares é um tesouro que tanto Khorn quanto Kinn, Vegas, Pete e Porsche, que estão à frente da Família, aprenderam a valorizar.

            — Vamos aproveitar o casamento de Tay, Time e Tem. Que acha, Kinn?

          Acontece que com a chegada do casamento dos amigos e Tem tendo convidado os dois primos inimigos como padrinhos dele, esses praticamente adotaram o noivo como filho. Interferiram tanto e quase sem brigas que a cerimônia, que era para ser algo íntimo e chique como se espera de um casamento de alguém como Tay, se transformou em uma festa para amigos e artistas. Ainda rica e chique, mas com pelo menos metade das escolhas sendo feitas pela dupla de encrenqueiros.

          Khun e Macau colocaram na cabeça que já que os noivos são três e estamos vivendo uma época de esclarecimentos sociais, o melhor era colocar algum holofote em cima do casamento poliamor onde dois dos noivos eram figuras públicas e o terceiro tinha visibilidade justo por estar ligados aos outros dois.

           Vegas riu e perguntou para o primo:

           — Quem consegue dizer não para Khun? E para Macau?

           — Eu só observo Tay deixar esses malucos cuidar de tudo que desejam. Os assistentes de Tay e Tem devem envelhecer uns dez anos nesse processo.

           — Oh, sim! Fico admirado porque a força que eles usam para se odiar foi toda deslocada para o evento do ano.

          — E pensar que Khun conseguiu dar visibilidade para um evento de pouco mais de cem pessoas!

           — Falando nisso, vamos para sua casa. O alfaiate de Khun vai levar as nossas roupas para a última prova.

            — E tem cabelo! Não acredito que aceitei a ideia de cortar o cabelo junto com vocês! — Reclama, sorrindo, Kinn.

             Ato contínuo, saem do escritório. E enquanto se afasta do primo para pegar seu carro, Vegas tem um pequeno insight. Tem é o mais chegado ao tio Khorn. E se esse apadrinhamento for obra e graça dele?

             — Velha raposa! — Solta a imprecação alta e sorri, feliz. — Tudo vai ficar bem. 

Inesgotável Amor             #KhunMacauOnde histórias criam vida. Descubra agora