Os advogados comunicaram a Khun que realmente não teria como adotar a menina sendo solteiro. Explicou que havia casos em que isso acontecia, mas que também depende do juiz que está no caso.
No processo de Buppha pesa o antecedente de dois dos tutores legais justificarem a perda de interesse afirmando não poder ficar com a menina por ser difícil cuidar dela estando sozinhos.
Khun ouviu aquilo e gelou. Casar com uma pessoa desconhecida por si só já era um risco que ele não queria correr.
Ele sabe que é como o pai. Não vai amar mais ninguém depois de conhecer seu coração. E há muito ele conhece o seu.
— E se eu não a adotar ela volta para a fila e eu terei que deixar de vê-la para que ela conheça e goste de outra família?
— Sim, Khun. Ela vai precisar passar pelo distanciamento para que seja possível o desmame. - Um dos advogados explicou o que para ele era óbvio e doloroso.
O coração de Khun estava gelado. Não pode perdê-la.
Saiu do escritório de Kinn perdido e foi ver suas carpas. Alimentou-as alheio a tudo. Nem brincou com seus peixes. Parecia um estranho. Pol que estava fazendo a ronda passou por ele e, reparando no silêncio, chamou sua atenção. O amigo não o viu ou ouviu. Tirou algumas folhas secas do lago com a longa peneira, por simples hábito. E sentou-se despercebido na chaise longue à frente do lar das carpas.
A voz de Buppha vinha em sua memória:
— Quando Buppha (for) morar com papai Khun, vai ter peixinho de criar e ela vai brincar com eles?
Khun sorriu ao lembrar que teve que explicar que há peixes para comer e peixes ornamentais e como a palavra era grande, ela passou a definir as carpas como peixes de criar e só assim voltou a comer os "peixes da cozinha".
A lembrança dela ao mesmo tempo que o acalma também o adoece.
Com quem vai se casar? Quem das relações do pai ou dos irmãos vai aceitar uma proposta assim?
Se pudesse casar com ele... Seria tão bom. Mas estava fora de questão.
Sentiu quando apesar das preocupações, o sono chegou.
Era tão bom se entregar a ele. Aos poucos a consciência foi se nublando e o sonho voltou.
O mesmo sonho que ele sempre rejeita e do qual foge toda madrugada.
O homem aproximou-se mais dele e o tocou de leve. A mão forte passeou por seu rosto. Seu corpo começou a acordar para o outro lentamente. O homem descia o indicador lentamente, fazendo um caminho de fogo partindo do topo de seu nariz em direção aos seus lábios. Como não se movia, recebia o toque sabendo que se ele se movesse o homem viraria pó.
A mão continuou seu caminho de fogo. Os lábios sendo tocados com firme delicadeza se abrem à espera de mais. O homem então desvia os dedos dali e coloca a mão no pescoço e lentamente leva-a para o tórax de Khun.
Seus lábios continuam à espera do beijo que de repente vem.
É sutil, quase táctil. Como ele imaginou que seria o primeiro beijo deles e então, sentindo a mão do outro tocá-lo e o calor do beijo incendiando suas veias, ele ergueu os braços e puxou o homem ao seu encontro, esquecido que o sonho se desfaria. Aprofundou o beijo, mesmo que o outro ainda mantivesse distância de seu corpo, não aceitando obedecer suas mãos que insistia em puxá-lo para si.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Inesgotável Amor #KhunMacau
FanficUma história de amor improvável. Série: Vovô Khorn Livro 1 Sinopse Dois primos enganados resolvem dar o troco no homem que por mais de quatro anos empatou suas vidas. Entre o ódio fenomenal uma necessidade que une os dois para cuidarem...