Khun dormiu o caminho todo e Macau fez de tudo para, que sem correr riscos, eles chegassem antes dele despertar. Pete lhe disse, antes de sair, que, nervoso, Tankhun tinha tomado o remédio que o médico passou para horas de estresse.
A viagem transcorreu bem. Sem percalços. Chegaram ainda não era noite fechada. Quando ele estava abrindo o cinto para levar o outro para dentro, ouviu ele sussurrar em seu ouvido:
— Pensa que está fazendo o quê?
— Levando você para dentro.
— Macau, só a cabeça não funciona bem. As pernas estão numa boa.
Macau se afastou e deixou ele sair só, pensando, quieto: "Se começar assim vai ser difícil conversar".
*****
Os seguranças e guarda-costas se movimentaram em suas atividades, mas Khun, indiferente, foi sentar-se à beira da piscina. Macau sentou na sala. "Como vai ser isso"? Será que nós nos acertamos só no momento de tensão? Estávamos juntos quando levaram Buppha. não estávamos? O que nos une é só isso? Eu o amo. Mas, Tankhun me ama?
— Senhor Macau, o jantar está pronto.
— Obrigado, Ae. Vou chamar Tankhun e já vamos para a copa.
— O senhor tem certeza que não quer que eu abra a área de jantar?
— No sábado, talvez. Se todos virem. Enquanto formos só nós dois não lhe daremos esse trabalho. Deixe pronto. Nós mesmos daremos um jeito na louça que usarmos.
Khun entrou enquanto eu falava com Ae.
— Oi, Ae. Sabia que era você na cozinha. Senti o cheiro de seu arroz de coco. Tudo bem?
— Tudo, sim senhor... Desculpe, tudo bem sim, Khun.
— E a família?
— Bem, obrigado. A propósito, Kirin agradeceu as roupas que enviou. Ficaram perfeitas em Moon.
— Emocionado, acabei comprando errado e pensei que a criança de vocês é menor que Buppha.
— Obrigado. E o jantar está servido. Bom apetite.
As batatas amanteigadas de Ae parecem um jantar dos deuses. As folhas frescas de kefir que enfeitam o prato dão uma sensação de frescor. E eu sei que é um dos pratos prediletos de Khun. Mas ele come tão pouco... Ao final, come o arroz de coco e abandona a manga intacta. E isso não é algo comum em suas escolhas. É como se ele não tivesse vendo o que colocou no prato.
Como normalmente. Minha mente presa a ele, mas ainda assim, me alimento bem. Levanto. Me desfaço da louça e guardo a comida nos utensílios que Ae deixou separado. Quando volto para a copa vejo a mesa limpa e forrada. Nada de Khun.
Vou para o quarto. O mesmo que meu tio mandou equipar para mim anos antes. A foto de minha mãe acima da mesa de trabalho. A foto de Pete e Vegas, cada uma do lado dela. Sempre que vejo penso como uma promessa dos dois de cuidar de mim em honra a ela. Sorrio para os três. Faço minha higiene, coloco o pijama que Pete escolheu para essa noite. Me cubro com um roupão de seda azul: " Azul transmite paz, Macau. Leve este. Vai precisar ".
Saio do quarto.
— Acordado, Khun.
— Não tenho sono, Macau.
Sentou-se na defensiva.
— Que você quer?
— Saber de uma coisa...
— Hum. Pergunte...
— Você ao menos me deseja, Khun?
Ele olha para algo além de mim.
— Por quê?
— Porque eu amo você. E se você quiser tentar ficar comigo só por desejo... eu quero ficar com você enquanto esse desejo existir.
— Você não me ama, Macau.
— Nem você acredita mais nesta sua fala, Tankhun!
Dou um passo em sua direção.
— Eu aceito qualquer migalha que você queira me dar, Khun.
— Você não se ama mais, Macau?
— Sim. Eu me amo. Mas amo mais ainda como me vejo em seus olhos.
Khun me mira, em dúvida.
— Por que tudo isso, Macau?
— Porque eu sei que você não consegue ver o quanto me ama. Mas você sabe que me deseja. Então aceito isso.
— Eu ... — Espero, mesmo sabendo que ele não vai falar nada.
Aproximo-me mais um pouco. E ergo meus braços.
É um risco que corro. Meu amor-próprio em perigo. Espero de braços abertos.
— Só por desejo, Macau?
— Hum. Meu amor por seu desejo...
— E se eu lhe machucar.
Ele sim, parece machucado. Quebrado. Alguém que está sozinho, desesperado, procurando as portas de saída do Inferno.
— Você deixaria o rato me ferir?
— Jamais!
— Então por que você iria me ferir?
— Meu desejo por seu amor, Macau?
— Sim. Meu amor por seu desejo, Khun.
— Você é meu destino. Eu não me importo de ser queimado por você, desde que você saia para a luz, você pode me consumir até a morte, minha chama-gêmea.
E ele veio para mim...
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Inesgotável Amor #KhunMacau
FanficUma história de amor improvável. Série: Vovô Khorn Livro 1 Sinopse Dois primos enganados resolvem dar o troco no homem que por mais de quatro anos empatou suas vidas. Entre o ódio fenomenal uma necessidade que une os dois para cuidarem...