Capítulo 4 - Inquietações...

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Na casa da Família

             — Sente-se para comer, tio.

               — Oh, Vegas. Não consigo comer. Fico pensando neles com fome.

               — Tente se acalmar um pouco. E, no caso deles, não comer é melhor que a morte.

               — E eu consigo pensar assim? São meus dois filhos lá. O maior que pode pôr tudo a perder e o menor que não pensa antes de revidar as provocações.

                 Vegas, mesmo ansioso com tudo, sente um instante de felicidade. O tio os vê como filhos e isso é um pouco do amor que ele sempre esperou.

                 E, como se lesse seus pensamentos, o senhor lhe mirou.

                  — Olha como sou egoísta! Sofrendo por eles e esquecendo que estou falando do seu irmãozinho, meu filho!

                 — De meus irmãos, tio. De meus irmãos.

                  — E se Khun realmente arrumou confusão para morrer? Já pensou o primo assistir o outro ser morto?

                  E os olhos do homem umedeceram. Uma lágrima deslizou por seu rosto.

                  Vegas ficava cada vez mais quebrado com as expressões e falas do tio.

                 — Tio, ouça-me. Eu confio em Khun. Eu confiaria a vida de Pete e Macau ao meu primo.                     E todos ali sabiam o peso dessas palavras, pois esses eram seu maior amor.

                  — Mas eles brigaram a ponto de se perseguirem em um momento de trégua.

                  — Houve algo, tio. Aconteceu alguma coisa que desconhecemos e foi isso que os tirou da casa dos pais do Tay.

                    — Como Tem afirma que os viu usar o celular no banheiro, resolvemos invadir o sistema dos dois.

                   — Descobriram algo? — Khorn olha mais uma vez para a xícara intocada, onde o café esfria.

                    — Arm ainda está nisso, pai. — Kinn interferiu.

                    — E o sinal de vida deles continua aceso. — Vegas completou.

                    — Oh. Vocês já localizaram meus meninos? — Um brilho de esperança surgiu no olhar do homem aflito.

                   — Sim. Um pouco antes do anoitecer os receptores de mapas dos dois foram acionados.

                    — Sim. Eles estão no mapa. Assim que o senhor comer pode ver na base. Chan e Pete já têm um esquema montado. Eles estão em um porto.

                      — Tem certeza que Khun vai cuidar de Macau, Vegas?

                      — Tenho sim, tio.

                      — Com licença.  — Diz, Arm, interrompendo uma refeição em que ninguém realmente tocou na comida, embora alguns pratos estejam servidos e mexidos.

                     — Consegui decodificar as últimas horas de chat dos dois. Eles abriram um bate-papo só deles para cuidar de Tem.

                      Arm lembra que até sorriu no momento que enfim decodificou as senhas dos meninos.

Inesgotável Amor             #KhunMacauOnde histórias criam vida. Descubra agora