Capítulo 28 - Macau, o Implacável

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Vinte minutos depois da ligação de Macau


                   Khun entrou na propriedade. Olhou para os lados e suspirou aliviado. Tirando os seguranças da guarita que o receberam, os demais vigias da casa pareciam fazer sua ronda noturna normal. Ao lado esquerdo, onde eles geralmente fumava, dois conversavam despreocupados. Ele entra em casa tentando se acalmar, porque na verdade, à medida que o carro se aproximava da cidade, seu coração se oprimia com a lembrança de Buppha. Um pressentimento estranho, mas nessa hora nem poderia ligar no orfanato. Seu corpo responde com tensão ao calafrio que o percorre.

                  Saiu do carro, atravessou o hall de entrada sem encontrar ninguém e seguiu direto para a sala. Minutos antes, Porsche disse, por mensagem, que ele e Macau estavam lá.

                   Macau o interceptou na entrada.

                  — Venha comigo, meu amor.

                   O corpo de Khun se arrepiou e não foi de desejo. O tom do outro, mesmo que gentil, parece tenso.
                  Assim que entraram no escritório de Kinn, ele pergunta, assustado:
                  — O que aconteceu com ela?

                  Macau não esperava uma intuição tão certeira.

                  — Ela foi retirada do orfanato. Ela e a amiguinha. — Ele responde sem anestesia. Sabe que ser direto vai ser a melhor forma de começar seja lá o que esta conversa virar.

                 Khun perdeu o equilíbrio.

                — Nããaãããooooooooooooo! Buppha! Nãooo!

                Macau o abraçou.

                — Como vamos recuperar nossa filha, Macau!

               Uma unidade que passou despercebida, porque Macau estava apenas tentando segurar o homem que ama e controlar a dor que sentia ao ouvir ele gritar em negação.

                   Na sala o silêncio se fez. Os agentes da Lei que desconhecem os problemas de Khun, conhecem esse grito, para eles é sempre um momento de controlarem suas próprias defesas. Os parentes de Khun, no entanto, esperam pelo pior, mas nada ouvem, nem baque, nem quebras, nem outros gritos.

                   — O que você descobriu, Macau. — Khun pergunta depois de tentar se controlar por alguns minutos.

                    — Pouca coisa, Khun. Mas você disse que quando Pete sai em momentos críticos é porque ele tem uma pista e ele saiu tão logo nós soubemos de tudo.

                  — Rul ou Clif estiveram antes dele sair?

                   — Rul conversou comigo ontem a noite. Disse que estava indo resolver algo pessoal. Estranhei ele me comunicar, mas de um tempo para cá ele o faz, quando você não está por perto. Já o outro... Não vejo o girafa faz dias. — Macau não suporta o filho de Rul e nunca o chamou pelo nome. Mesmo agora. E Khun percebe.

                  — Clif e Rul são meus homens de confiança. Se Pete os colocou a serviço, eles saberão onde Buppha está antes da Polícia. Não gostei quando a Polícia disse que não poderíamos fazer a segurança da casa de custódia. Pete ficou de resolver isso a seu modo.

                   Macau respirou aliviado, pois esperava pelo menos um surto, mas Khun, apesar de tremer e perder o controle da voz em alguns momentos, parece estar enfrentando tudo muito bem.

Inesgotável Amor             #KhunMacauOnde histórias criam vida. Descubra agora