Capítulo 18 - Apenas uma Trégua

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               — Oh. Vovô não veio?

                Como assim Buppha estava fazendo birra porque Khorn não tinha vindo com eles.

                — Buppha quer vovô.

                 — E não quer Khun?

                — Quer papai Khun com vovô.

                Macau assiste a cena em êxtase. A menina é muito mais bonita pessoalmente e é tão fofinha!

               E fazendo manha para conseguir ver o avô era genial. Batia os pezinhos e fazia biquinho implorando:

               — Buppha quer vovô Khorn. Vovô Khorn de Buppha tem que vir.

                Macau chamou o tio pelo aplicativo de mensagens e perguntou onde ele estava.

              — Em reunião, Macau. Com os acionistas. Por quê?

             — Buppha quer ver o senhor, tio. —  Escreveu.

             — Oh! Foram aí sem mim! Prometi a ela que iria junto quando Khun voltasse da viagem.

              Macau leu e sorriu. Vir sem avisar quebrou a primeira promessa do avô...

             — Vou abrir vídeo, Macau.

             E assim que o jovem aceitou a chamada, ouviu a voz do tio, falando com os amigos acionistas:

              — Vocês não podem mais se gabar de terem netos. Eu tenho uma.

              E para a tela.

             — Cadê ela, Macau.

             O rapaz abriu o som, retirando o bloqueio da entrada do fone. E virou a tela para Khun, que estava tentando acalmar a menina.

            — Olha ali a florzinha do vovô. — E a voz de Khorn era uma novidade para Macau e Khun. Que doçura transmitia!

             A menina parou a birra e esqueceu das lágrimas tão logo ouviu a voz de Khorn. Olhou para os lados.

             — Vovô está brincando de esconder? Buppha vai achar vovô.

             Khun colocou ela em frente ao celular e, para espanto dele, o pai estava tapando o rosto com a mão.

            — Oh! Buppha achou vovô!

           — Como o senhor entrou aí.

            Macau e Khun caíram na risada.

             — Achou o vovô, florzinha?

          — Sim. Sim. Mas não quero brincar de esconder. Quero abraçar o vovô e andar de cavalinho.

            — Hoje você anda de cavalinho com o papai e o tio Macau.

            — Por que vovô não veio?

            — Vovô está trabalhando.

            — Para comprar minha boneca?

             — Sim.

            — Não (quero) mais boneca. Quero o vovô.

             E ela sentou no colo de Khun, tomando o celular da mão de Macau.

              — Oh! Que lindinha a florzinha do vovô!

             — Vivi para ver o Khorn fazendo voz de bebê no celular.

             Era Fork, um dos sócios.

             — Bate nele, vovô. Deixa ele brigar com você não.

             Risos surgiram pelo auto falante do aparelho.

              E um rosto novo apareceu.

               — Olá, Buppha. Prazer. É tio Fork. Não briguei com seu avô não.

              — Tio Fork feio! — Fork riu. Ele, sendo avô já quatro vezes, conhecia bem estas alegrias e a sinceridade das crianças.

              — Buppha! —Khun chamou a atenção dela.

              — Não pode falar que ele é feio?

              — Não.

                — Tio Fork desculpa, você... o senhor não é feio — mas vira-se para Macau e diz — é feio sim!

               E volta o rosto para a tela. Repetindo.

              — O senhor não é feio, mas eu quero ver só meu vovô.

               O homem riu e só Khorn ficou na tela.

               — Vovô vai trabalhar mais?

                — Vou sim.

                 —Então Buppha deixa. Mas não quero mais boneca, quero vovô depois.

             — Oh! Vovô vai visitar Buppha.

              E ficaram jogando beijos pela tela com duas pessoas de boca aberta, assistindo.

               — O pai está mandando beijinhos para ela, Macau?

                — Hum hum!

                — Você e Chay estragaram meu pai.

                 A voz de Fork surgiu, risonha.

             — Não, Tankhun. O que estraga pai é se transformar em avô. Os sobrinhos só riscam a pintura. Netos quebram nossa embreagem.

              Todos riram até que um Khorn feliz encerrou a ligação.

            Infelizmente era o fim da visita e eles brincaram um pouco com a menina, antes de se despedirem dela.

           Mesmo feliz em poder rever a menina, o seu futuro tutor legal estava querendo sentar e conversar com Macau.

           Se por um lado ele ainda estava nervoso com a intromissão de Macau no escritório, por outro lado o rapaz parecia esquecido, enquanto se despedia da criança com muitos beijos e carinhos.

           — Tio Macau vem com papai e vovô outra vez?

          — Vem, querida.

           O trajeto para casa foi feito com o silêncio de Khun e o monólogo feliz da outra parte que estava radiante com a menina.

             Pol, que a pedido de Pete, tinha gravado a visita, não entendia o retraimento do filho mais velho da Família. Rul, por outro lado, que tinha ouvido a conversa no escritório, não entendia o motivo de tanta angústia de Khun.

             O  rapaz não conseguiu falar nada. Alguma coisa tinha...

             Só em casa Khun se posicionou.

            — Siga-me.

          Pol gelou quando reconheceu o olhar maligno de Macau. Ele que acreditava que a tribulação tinha servido para uni-los, viu suas esperança e a paz da casa descer a ladeira em um caminho sem volta.

Inesgotável Amor             #KhunMacauOnde histórias criam vida. Descubra agora