Capítulo 17 - Um Contratempo

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            —  Vamos ver Buppha, Rul.

             O motorista estranhou a ordem sendo dada assim porque era proibido de falar no assunto perto de qualquer um e ali estava Macau e Pol. E esse segundo era namorado ou algo assim, do chefe mais fofoqueiro que já existiu.

              Por outro lado, suspirou. Pode ser que agora possam levar a menina e o senhor Khun possa, enfim, sair daquele orfanato sem chorar.

              Ou será que algo mudou enquanto ele estava afastado? Ele sabia agora que as férias recebidas de repente era por causa do sequestro do senhor. A providência é sempre colocar os funcionários de confiança seguros e ele sente-se honrado com este status e com o que isso representa. É o homem de confiança do filho maior. Eles se tratam pelo nome na maioria das situações.

               — Vamos, Rul. Estou com saudades da minha florzinha.

               — Vamos, senhor. Senhores.


No Orfanato...

               — Como assim não posso mais adotá-la.

               — O senhor é solteiro e tem histórico clínico de loucura.

                — Transtorno leve de ansiedade não é loucura, senhora.

                — Recebemos informação que o senhor foi sequestrado dias atrás e mandou seu pai vir em seu lugar para ver a menina.

                 — Sequestrado? Eu? Sim. Os advogados que nos procuraram trouxeram as fotos.

                  — Que fotos?

                   — Essas.

                     E a mulher colocou em frente a um Khun assustado e de um Macau curioso algumas fotos.

                     Só haviam fotos de Khun.

                    No cativeiro ele tinha perguntado a Macau se eles tinham tirado fotos dele também e descobriu que não. Desde então soube que as fotos seriam usadas para algo e não para justificar o sequestro para Khorn.

                     — Senhora, essas fotos são do ensaio de nosso casamento. — Ato contínuo, abriu o celular e mostrou outras fotos da família na mesma data. Em muitas eles estavam juntos e felizes tão só por serem padrinhos de Tem que os dois amavam como irmão querido. mas  a mulher não sabia.  As fotos deles eram diferentes porque alguns membros da Família nunca davam a cara para a Imprensa simplesmente por segurança. O próprio Macau ninguém conhecia. 

                   Khun gelou. Rul, que era o único da equipe da guarda dentro do escritório mantinha sua expressão profissional, mesmo que por dentro estivesse sentindo revolta pela recusa de darem um lar para a pequena e medo pela atitude ousada de Macau.

                  Khun estava perdido e nesses instantes ele sempre se fecha, o que o impede de emitir qualquer resposta. Macau senta-se ao seu lado e o toca, com intimidade - e segurança. 

                "De onde Macau tirou essa ideia?" Ele tinha o hábito de inventar as piores manobras para fugir de problemas. 

                 — Vocês vão casar?

                  — Na verdade, vivemos juntos. Não é, meu bem?

                  — E eu estou querendo oficializar e Khun não queria. No dia do casamento de Tay, que a senhora deve ter acompanhado na imprensa, ele me pediu, enfim.

                   — E por brincadeira fizemos fotos com o celular. E enviamos aos amigos.

                  Falava com a mão sobre a perna de Khun. Toda vez que esse tentava reagir, Macau sorria e o beliscava forte.

                 — Ele nem queria as fotos porque realmente já foi sequestrado antes. Não é, amorzinho? Sabe, aqui para nós, senhora, eu acho que para se livrar dos traumas precisamos voltar ao momento em que eles viraram monstros em nossa vida. Agi errado com as fotos? Agi. Sou impulsivo! 

                     — Quanto à esse dia,  viajamos. Titio precisava resolver alguns problemas e como Khun faz parte do Conselho Administrativo, foi representar o pai.  Fomos juntos.  

                     — Se ele estivesse sequestrado ai nessas fotos teria eu também. A senhora não acha?   

                   — Olha. Vamos tratar disso com os advogados de nossa família.

                  A mulher olhou para ambos, tentando encontrar alguma falha, já que Khun não dizia nada, só confirmava com a cabeça.

                  — Agora quanto ao casamento, pretendemos nos casar fora do país com nossa princesa por testemunha. Mas se é tão necessário para ele ter sua guarda, nos casaremos aqui.     

                Então, com a cara mais séria do mundo, abriu de novo o celular e na galeria pescou uma foto de Top. 

               — Só me diga, o homem que veio com os advogados da infância era esse?

                — Oh. Sim. Ele que atestou a loucura do senhor Khun.

               — Ele é meu ex-namorado. Ele não tem competência para atestar nenhum transtorno psiquiátrico. — Khun gemeu.

                 Macau aproveitou a deixa.

                 — E eu sempre odiei aquela ameba. Com tanto homem bom no mundo você foi tentar me esquecer justo com esse lixo? Doninha-anã que não conhece seu tamanho! 

               A mulher riu.

               — Esses jovens!

              —Oh, não diga assim! A  senhora é jovem também.

              — Podemos mandar nossos advogados para conversar com a senhora?

              — Sim. Sim. Se provarmos que é um mal-entendido tudo se resolverá a contento. - A mulher afirma.

               — Podemos ver nossa filha?

                — Eu só a conheço por foto e vídeos. Estou tão desesperado para vê-la!

                  A mulher autorizou e chamou uma assistente para acompanhá-los.

                  Khun agradeceu e, abraçando Macau com intimidade, disse-lhe:

                 — Vamos ver nossa filha.

                 Ele falou para tentar equilibrar as ideais e parecer íntimo, mas aquilo era simplesmente um fiasco. A maior pedra para afundar sua esperança de ficar com Buppha. Entretanto, contrariando todas as probabilidades, a mulher sorriu.

                  Macau sorriu e disse baixo, para que só Khun ouvisse:

                  — Você vai ser meu marido e não se fala mais nisso.

                  De alguma forma o desconforto que sentiu lhe deu a certeza que Macau falava sério e que ele estava preso em uma teia infinita que o menino, se vestindo de destino , criou. Caminhou para encontrar a filha com o coração aflito. Adoção não era uma brincadeira infantil. 

                  Eles terão que conversar!
                 


Inesgotável Amor             #KhunMacauOnde histórias criam vida. Descubra agora