CAPÍTULO 6

7.9K 822 36
                                    

A L E N A

Não consegui dormir direito, apenas um curto cochilo na madrugada, porque minha cabeça está uma enorme confusão, e não sei o que fazer. Eu sei que deveria esquecer o maldito lutador, mas sempre que fecho meus olhos, ele vem a minha mente como um gosto forte, e envolvente, que acerta meus instintos mais íntimos, então a bagunça fica ainda mais fodida, quando o meu maldito chefe também se manifesta, com seu olhar dominador e cheiro embriagante, que me deixa fora de percurso.

— senhorita Alena. — Angelina entra, após bater na porta do quarto. — trouxe seu café, e em uma hora é o seu horário no salão, então estarei esperando lá embaixo. — avisou, enquanto distribuí os alimentos sobre a pequena mesa do quarto, da mesma forma que fez ontem a noite.

— salão?! — me faço de desentendida, lembrando que fui eu que reservei ontem.

— sim senhora. — afirmou com calma, vindo até próximo a mim. — precisa de ajuda com algo a mais?!

Observo a situação, e mesmo sendo um péssimo momento, senti vontade de rir. Angelina parece muito aquelas damas de companhias das novelas de épocas, com diferença que usa um social bem fechado e militar, e também pelo fato que é um cão de guarda a mando do Salvatore, que tenho certeza que não fará nada menos que ele mandar, e seria a última pessoa a me ajudar sair daqui.

— não precisa Angelina. Sério, eu estou me sentindo uma madame quando fala assim. — levanto da cama, e me espreguiço. — obrigado por trazer meu café, estarei pronta logo, então desço para ir ao salão.

— eu irei com a senhorita. — informou, e assinto não querendo demonstrar nenhum pensamento, que ela possa ler. — bom apetite. Estarei esperando. — acenou antes de partir.

Espero ter a oportunidade de fugir, enquanto estiver no salão. Não quero ficar aqui. Dante não me procurou para me contar os motivos, e nem tive coragem de procurá-lo. Sua declaração está viva demais, gritando na mente e pele, e pareço que ainda sinto o gosto dos seus lábios na minha boca, e uma ansiedade estranha se instala mais uma vez no meu estômago, com o pensamento que posso vê-lo a qualquer instante.

Após tomar um banho, e tentar relaxar ao menos um mínimo que seja, tomo apenas um pouco de leite com café, e vou para o encontro com a Angelina.

— você é minha babá?! — questiono vendo ela ao pé da escada.

— sim. — declarou sem ao menos pensar, e encaro ofendida. — meu trabalho é mantê-la bem e segura, então acho que o mesmo que uma babá. — assentiu, o máximo descontraída que consegui.

— devo chama-la de algum apelido carinhoso?! — debocho, porque estou de saco cheio de tudo isso, e para piorar minha cabeça dói, estou exausta.

— não, obrigado. — caminhou a minha frente, e abriu a porta para mim.

Me sinto inquieta, essa mansão rodeada de seguranças me sufoca, e estou a um passo da loucura. A forma que Angelina age sempre ao meu redor, me lendo a todo instante também me incomoda a alma, porque sei que ela é como uma câmera, registrando tudo sobre mim, para repassar ao Salvatore.

— eu... Sério Angelina, eu me sinto incomodada com a forma que age. — admito, antes de caminhar ao seu lado, em direção ao carro parado na entrada. — é sobre isso. — resmungo quando ela abre a porta do carro, para mim.

INTENSO DESEJO |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora