CAPÍTULO 29

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DANTE SALVATORE;

"— senhor Salvatore, a reunião das treze foi cancelada." — a voz fria da Alena, causa um troço no meu peito.

Sinto a pressão escorrendo por mim, e me pergunto se não poderia apenas ignorar o passado e seguimos em frente?! Odeio sua distância, e desde que tive ela em meus braços por amor, tentar seduzi-la com insinuações maliciosas já não me agrada tanto.

— Obrigado, amor. — agradeço, e escuto seu suspiro antes de desligar.

Queria conseguir contar tudo, mas não sei se consigo isso. As lembranças que chegam, me faz querer afundar em amargura, e por várias vezes durante a semana, fiquei apenas no ringue, extravasando toda a angustia, sem conseguir olha-la. 

Levanto e vou a sua sala, precisando ter um vislumbre da sua presença, sem ser pelas câmeras. Não posso contar tudo, Alena me odiaria tanto, e não sei se suportaria seu ódio. Não faço ideia como seria seu olhar sobre mim, após saber o que já fiz, mesmo que não fosse escolha minha.

— Alena. — ela tira o olhar do seu computador, e me encara.

— o que deseja, senhor Salvatore? — puxo uma respiração, tentando não ficar bravo.

Sei que ela me chama assim apenas para provocar, para mostrar que estamos agindo como chefe e funcionário. Uma semana, uma semana inteira, e ela não me deu um sorriso, um beijo ou algo que me deixe chegar próximo a ela, e até dormindo com a Giovana ela passou a ir.

— por favor. — passo as mãos no cabelo, sentindo-se frustrado. — pare de agir como se não dividíssemos a cama e o coração.

— já dividi a cama com outras pessoas, e isso não me faz tratar eles diferente. — sua declaração me deixou de punhos fechados, e fui até ela.

— Alena! É um aviso, não me provoca. — seu olhar é em completo desafio, como se esperasse algo meu que não posso dar.

— ou vai fazer o que?! — desafiou, e quis deita-la sobre a mesa e toma-la ali mesmo. — você está com o poder Salvatore, mas seu tempo está acabando. — baixou o olhar por um instante, e senti o impacto das suas palavras.

— como é, que é?! — encaro seus olhos castanhos esverdeado.

— foi o que o senhor ouviu. — voltou a tela, me ignorando.

Sai da empresa, não conseguindo tê-la próxima sem poder toca-la. Minha cabeça parece que vai explodir, e tento tomar fôlegos que me façam acalmar, mas preciso do cheiro dela para conseguir ter domínio de mim mesmo. Deixo a segurança a disposição dela, e vou até o psicólogo da organização, querendo tentar alguma ajuda. Talvez Aroldo me odeie, mas não me importo, ele é meu psicólogo e deveria me fazer sentisse melhor.

— não posso dizer tudo a ela, ou vai me odiar. — coloco meu rosto sobre as mãos. — todo o tempo que observo, os monitoramentos, o que fiz com os caras que se aproximavam dela. A forma que estava sempre fazendo ela está o mais próximo possível de mim.

— as vezes que invadia o apartamento dela, e até mesmo os exames que ela faz, você via o diagnóstico antes dela. — seu tom é acusatório, mas realmente não me importo. — vou me punir depois por dizer isso, mas conte apenas parte da verdade. Você já se abriu antes, e na minha opinião pessoal, sua mulher é um anjo, porque aceitou mesmo quando assumiu que ela estava em risco, apenas por você ter sentimentos por ela. Você não precisa contar tudo de uma vez, mas aconselho que conte.

— mas se ela descobrir futuramente?! Não ira mais me perdoar. — meu peito se aperta com o pensamento, e me recuso a ficar sem ela. — ela disse que minhas chances estão findando, e se... Eu não quero impor que fique comigo, mas se ela disse que acabou, não sei se consigo aceitar. — apenas o pensamento, e é como se meu ar ficasse preso, e não gosto disso.

INTENSO DESEJO |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora