Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ɪᴠ

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Listen to your heart when he's calling for you. Listen to your heart, there's nothing else you can do.


Tᴏɴʏ Sᴛᴀʀᴋ

Dizer que os últimos dias foram de completa confusão é eufemismo. Eu passei mais horas acordado do que deveria. Dormir era impossível. Minha cabeça estava cheia, eram inúmeros e nenhum pensamento ao mesmo tempo. Eu me sentia exausto, sobrecarregado, incapaz de conseguir agir.

Depois que Seeley deixou meu escritório, levou muito tempo até que eu conseguisse me mexer novamente. Quando deixei a empresa, apenas os o zeladores circulavam pelos corredores.

Andei feito zumbi por todo o tempo seguinte que me recordo. Até que na terceira madrugada após a notícia, movido por puro impulso, dirigi de volta à Baltimore. Felizmente, foi em um momento de sobriedade e não em um dos que eu mal conseguia ficar em pé devido o efeito do whisky.

Às 4h da manhã toquei impacientemente a campainha da casa da minha mãe. Ela abriu a porta atordoada e ficou surpresa ao me ver parado do lado de fora. Após o alívio momentânea de não ter causado um ataque cardíaco nela pelo que susto que levou, contei sobre a razão da minha viagem.

Simplesmente despejei toda a história, ainda parado sob o batente.

Ás 6h da manhã, contava novamente sobre os últimos acontecimentos para a minha irmã e às 7h estávamos parados no lobby do hospital aguardando notícias sobre a minha filha.

Eu estava surtando. Não apenas descobri que era era pai, mas como era pai de uma garotinha.

E pelo pouco que as enfermeiras puderam falar, ela já era uma guerreira.

— Eu não consigo acreditar que o Tony é pai. -Escutei Nat sussurrar. — Ela esteve aqui durante todo esse tempo, perto da gente. A Giny fez a cirurgia da Belinda, ajudou a salvar minha sobrinha, sua neta.

— Parece uma daquela histórias de filme. -Minha mãe comentou.

Eu estava perto de me virar e pedir para que elas ficassem em silêncio quando uma assistente social se aproximou de nós.

Ela era alta, tinha cabelos ruivos e curtos, indo até a altura do ombro em ondas perfeitas. Os olhos eram de um tom verde oliva, as sardas claras marcavam suas bochechas, assim como duas covinhas profundas. Sua fisionomia atrelada ao vestido vermelho, que realçava seu corpo perfeito, ia contra a imagem pré-estabelecida pelo moreno.

— Olá, eu sou a Alexis. -Ela se apresentou. — Eu lamento pelas circunstâncias. -Sorriu de forma carinhosa, para então informar que poderíamos da início a nossa conversa.

Conversa que mais aprecia uma entrevista minuciosa para um dos cargos mais exigentes do mundo. O Booth havia dito que cuidaria de toda a questão burocrática que viesse a existir, mas esqueceu de avisar que o serviço social realmente não entregavam crianças pequenas para qualquer um.

— Tony, relaxe. Não sou uma ogra. Só espero que você entenda que certos aspectos da sua vida vão ter que mudar, se isso for em frente. Não estou aqui para dar sermão, mas sei que você entende o que estou tentando dizer. -Ela comentou após perguntar sobre minha vida amorosa.

— Entendo. -Eu assenti, mexendo sem parar na barra da camisa.

— Como você sabe... -Continuou Alexis, pacientemente. — Quando o potencial guardião é parente, o estado civil é irrelevante. Não há qualquer orientação contra guardiões solteiros. Mas você tem que pensar na criança. Ela vai precisar de um lar estável. Imagine como seria confuso para ela se houvesse um fluxo infinito de moças passando a noite com você.

Before You Say GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora