Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴠ

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* Every day for us, something new. Open mind for a different view and nothing else matters.


Pᴇᴘᴘᴇʀ Pᴏᴛᴛs

— Eu estou te dizendo, Gin. É o destino. -Nat repete a mesma frase pelo que acredito ser a décima vez durante a nossa curta conversa. Mas talvez a centésima ao longo de todo o mês

— Eu não credito em destino, você sabe disso.

— Mas eu acredito. -Ela dá de ombros. — É muita coincidência para ser apenas isso, coincidência.

— Considerando que somos referência no estado, temos um ótimo programa de trauma e o acidente foi a alguns poucos quilômetros daqui, não é coincidência.

— E o fato de ter sido você a realizar a cirurgia da Belinda? Da bebê ser a filha do meu irmão... -Ela segue sugerindo.

— Eu sou cirurgiã de trauma, então sem novidade o caso ter vindo até a mim. Pelo que você contou, ela e o seu irmão tiveram um relacionamento amoroso por alguns anos, então, novamente, não é surpresa ela ter engravidado.

— E quanto ao fato de ter sido justamente aqui em Baltimore?

— É a cidade natal dela. É onde está a agência de adoção para qual ela entregaria a bebê.

— Mas você poderia estar em outra cirurgia, poderia não estar aqui no hospital, o acidente poderia ser em qualquer outro momento, poderia até mesmo não haver um acidente.

— Parece que você é quem está procurando ver coisa onde não existe. Querendo de qualquer forma fazer o acontecimento se encaixar em sua teoria.

— Ou você é quem está racionalizando demais. -Ela suspira. — Nem sei porque tento. -Resmunga.

Eu reviro os olhos e sorrio. — Como ela está?

— Quem?

— A bebê.

— Céus, Gin, ela está ótimo! -A animação em sua voz é nítida. — Você precisa ver, sério. Ela está a cada dia mais linda e esperta. Você ainda está devendo uma visita, porque não marcamos para esse final de semana? -Pergunta esperançosa.

— Nat, eu sequer conheço seu irmão.

— Mas ajudou a salvar a vida da filha dele. É a minha melhor amiga. Isso já basta.

— Você sabe que não é simples assim. Eu não posso simplesmente aparecer na casa dele.

— Mas é claro que pode! -Ela é tão firme e confiante em sua resposta quase faz parecer ser verdade.

— Como eles têm se adaptado?

— Agora estão bem. Quer dizer, ainda é complicado se tratando de um recém nascido, mas o Tony está bem menos perdido que na primeira semana.

— A vida dele deve ter virado em 180º graus. Não são todos os pais que teriam tomado a mesma decisão que ele.

— Apesar de tudo, o Tony sempre foi assim. Ele sempre fez a coisa certa.

— Depois de tudo que passou, nascendo já precisando lutar pela vida e perdendo a mãe, vai ser ótimo para ela crescer com alguém que escolheu ficar.

— E isso tudo é muito graças a você também.

— Nat, você está muito emocionada hoje, não acha?

— Gin, estou falando sério. Se você ficasse esperando a cirurgiã neonatal e não tivesse escolhido agir, essa história poderia ter acabado bem diferente.

Before You Say GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora