Backstabber III

1.8K 258 141
                                    

Vale de San Gabriel | Condado de Los Angeles

26 de maio de 2022 - 05:15 AM

-

Por uma feliz coincidência do destino, Adora carregava uma cópia da chave que abria a porta de entrada do pequeno chalé no Vale em sua carteira. Não havia muito o que fazer além de se esconder por hora.

Ao chegar na residência, Catra deixou os bebês cobertos e acomodados na cama do quarto principal, Adora tentou se aconchegar na sala enquanto a híbrida verificava os pequenos até que todos dormissem, ela o fez por pura e espontânea vontade.

A médica estava cansada de dirigir, considerando toda a ação que tiveram antes, Catra julgou que ela deveria descansar um pouco mais.

Após deixar os filhotes e voltar para a sala, a felina farejou o ar, identificando o cheiro da médica - o dela por inteiro dessa vez, sem a parte enjoativa amadeirada que ela costumava ter sempre que aparecia no laboratório.

— Como eles estão? - Adora perguntou sonolenta

Catra sorriu e se aproximou da lareira para se sentar ao lado da médica, a loira ofereceu uma parte do cobertor que cobria suas costas, como uma grande manta que era o suficiente para as duas.

— Vão ficar bem, eles estão dormindo agora.

Adora se aconchegou contra a morena, ela estava tão cansada que se esqueceu completamente de pedir alguma permissão. Ao notar o que havia feito, voltou a se afastar, ou quase. Umas das mãos da felina a seguraram perto, acomodando seu corpo de volta contra o seu. Ela não se deteve em afundar o rosto na curva do pescoço da loira, sentindo o cheiro de pétalas pós banho que emanava de sua pele.

— Está preocupada? - Catra sentiu os arrepios na humana e tocou seus braços em cada lado, acariciando-os cuidadosamente com as palmas

— Muito. Vai ser um imenso problema até conseguirmos informações - Adora suspirou, deixando sua cabeça cair para trás, se recostando contra o ombro da morena que se posicionou melhor atrás dela.

Parecia uma concha protetora.

— Precisa descansar - O hálito da híbrida bateu contra a curva entre ombro e pescoço da doutora, o que a fez inconscientemente suspirar

— Você também precisa.

— Não estou seguindo ordens agora - Isso deveria parecer bruto da forma que foi falado, principalmente por ter sido dito pela felina, mas soou mais como um ponto final para o assunto se tornar indiscutível.

Adora imaginou o que Catra havia passado ao tentar salvar a si própria e aos bebês, mas a carga de emoção e adrenalina que caiu sobre ela quando seu corpo relaxou também a deixou exausta.

— Você acha que eles vão sobreviver? - A morena perguntou, traçando linhas na pele da doutora

— Hm?

— Os bebês - Ela foi mais clara — Acha que eles vão sobreviver? Passaram muito tempo no relento, eu não tinha certeza do quanto a mudança de temperatura poderia afetá-los.

— Não sei - Adora respondeu com sinceridade — Mas você não os deixou para trás. É menos doloroso morrer por condições naturais do que carbonizados sem chances para se defender.

— Morrer não é menos doloroso.

— Eu sei. Mas você cuidou bem deles, acredito que vão conseguir estabilizar a temperatura corporal até que estejam de volta em um berçário. Pelo menos eu espero.

— Então vamos torcer para que fiquem bem.

Mais alguns minutos de silêncio, ambas apenas compartilhavam a proximidade e companhia uma da outra enquanto o sono não as atingia.

Hybrid - Catradora  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora