Capítulo 4.

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Kelly...

A minha casa vazia me espera quando chego do trabalho a noite, eu já deveria ter me acostumado a solidão, faz tempo que eu sou sozinha, mesmo quando morava em casa com meus pais e irmão eu me sentia sozinha na maioria das vezes, meus pais sempre ocupados com o emprego e meu irmão ocupado demais com os amigos para passar o tempo com sua irmã menor. Na escola não tinha muitos amigos, apenas Lena e Christian, Cristian se alistou na marinha e agora o vejo raramente, Lena foi embora, as vezes eu sinto que fui deixada para trás, não por eles, cada um tem sua vida para cuidar, mas pela vida, sinto que estou terrivelmente sozinha.

E vir morar em uma casa tão afastada como essa só deixou mais clara a minha solidão, o entorno da casa está escuro, mesmo com as luzes que eu mandei instalar aqui, abro a porta e entro no ambiente gélido, mesmo estando quente eu sinto frio aqui dentro, talvez por estar sozinha.

Já comi na lanchonete de modo que eu apenas subo em direção ao quarto depois de trancar a porta e deixar os sapatos ao lado. Deixo minha bolsa sobre uma cadeira, tiro a roupa e me enfio embaixo do chuveiro, a água quente não parece suficiente para aplacar o frio da minha alma, mas é reconfortante. Depois do banho me seco vestindo um pijama, desço para tomar um copo de água, volto para o quarto, pego meu celular e me jogo na cama com ele na mão.

Não sei em qual momento da noite eu peguei no sono, mas acordei com o celular ao meu lado e os raios de sol entrando pela janela já que eu não fechei as cortinas na noite anterior, me espreguicei, fui ao banheiro fazer minhas higienes matinais e sai do quarto ainda de pijama.

Fui preparar meu café da manhã, liguei a cafeteira, sem café de manhã não tem como acordar, bati três ovos, com sal, pimenta, lemon peper e orégano e coloquei uma frigideira para esquentar, separei algumas fatias de muçarela, coloquei uma camada fina de ovo e uma fatia de muçarela.

Enquanto o omelete cozinhava pegueu uma massa de panqueca que deixei na geladeira já preparada, enrolei o omelete colocando mais um pouco de ovo e queijo para formar um rocambole de omelete. Coloquei a massa da panqueca em uma frigideira com alguns mirtilos dentro, finalizei a omelete a transferindo para um prato e colocando duas fatias de cheddar por cima, deixei a frigideira na lava louça e fui tirar a segunda panqueca do fogo a deixando sobre a outra, coloquei geleia de morango encima dela, mais alguns mirtilos e um pouco de mel.

Servi uma xícara de café com leite e levei meu café para a mesa do lado de fora, lembro que tia Abigail sempre falou que eles gostavam de comer na mesa do lado de fora, ela fica perto da casa é uma grande mesa de madeira protegida pela sombra de uma árvore grande.

Hoje eu entendo porque ela gostava daqui, é um dos meus lugares preferidos da casa, a vista não é das melhores já que da de cara com o grande muro, mas se eu olhar para o lado tenho uma bela visão da floresta, é ventilado sem ser frio, a copa da árvore protege do sol e o cheiro de mato fresco e flores silvestres é maravilhoso.

Olhei para cima do muro e lá estava ele, o Nova Espécie que vejo todos os dias no muro, consigo o diferenciar mesmo a distância porque ele sempre está sem o capacete, só sei que ele é alto, forte, tem pele negra e cabelos grandes, é tudo que eu consigo identificar a essa distância, não sei porque ele diferente dos outros não usa capacete, mas posso imaginar o motivo de eles patrulharem o perímetro todo dia. Eu sou o motivo, deve ser suspeito de repente movimentação na casa que estava sem moradores havia tempo demais. Não os culpo por desconfiaram de mim, não depois de tudo que eles passaram, Nova Espécies foram criados por humanos para servirem de arma, para serem usados como cobaias de testes para remédios, foram abusados, violentados, agredidos e assassinados, durante toda a sua vida, não viram a liberdade até o esquema da Mercile ser descoberto e eles saírem do cativeiro, mas como se todo o sofrimento pelo qual passaram não fosse suficiente surgiram grupos de pessoas escrotas e assassinas que tentam mata-los, agredi-los e os discriminam, são os anti espécie, eles já atacaram as instalações da ONE várias vezes, ainda tem os que dizem que eles são obra do demônio. Qualquer um nessa situação desconfiaria de humanos, não gostaria de nós, bem eu sou humana e não gosto da maioria.

OAK - Uma História Nova EspécieOnde histórias criam vida. Descubra agora