Capítulo 21.

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Kelly.

Estava no meio da minha pausa para o almoço, um prato de talharim com camarão a minha frente e o celular na mão enquanto eu respondia algumas mensagens, até que me deparei com uma mensagem de Vicky pedindo para eu ligar para ela assim que visse a mensagem.

Ligação on*

- Sentiu tanto assim a minha falta? – Brinquei assim que ela atendeu. – Ou é uma fofoca nova que a traz aqui? – Eu não ouvi ela sorrir.

- Kelly você está no trabalho? – Me perguntou sem entrar na brincadeira.

- Sim, estou em horário de almoço. – Respondi levando comida a minha boca.

- Okay, isso é bom. – Ela falou e eu não entendi. – Você lembra dos imbecis anti espécies que estavam aqui meses atrás? – Me questionou. – Estávamos ajudando a servir então eles davam em cima de nós e um deles falou dos Nova Espécie.

- Eu lembro. – Minha voz saiu mais alta pela raiva. – Bastardos malditos.

- Um grupo de homens igualmente nojentos e mais perturbados esteve aqui hoje. – Ela passou. – Um dos malditos daquele dia estava com o eles, perguntaram por você e de alguma maneira eles descobriram que você mora perto dos muros da reserva.

- Com o assim? – Perguntei .

- Eles chegaram aqui falando "Onde está a sua colega, a puta que é vizinha de animais, deve ser por isso que ela os defende está morando em seu quintal, qual é mesmo seu nome? Kelly". – Fez uma pausa. – Então falou mais um monte de merda que eu não vou repetir.

- Puta merda. – Senti uma onda de medo passar por todo o meu corpo. – Eles falaram mais alguma merda? – Perguntei nervosa. – Sinalizaram que viriam aqui? – Minha espinha sentiu o gelado do medo, esses malditos não podem deixar os Nova Espécie em paz nunca.

- Não falaram, mas acho que não sabem que você está trabalhando aí. – Ela falou. – Caso contrário acho que teriam ido na sua casa, mas, eles sabem onde você mora Kelly, isso é sério.

- Eu sei disso, moro sozinha naquela casa. – Suspirei se algum daqueles malditos tentasse entrar na minha casa eu estaria ferrada antes de qualquer ajuda chegar. – Talvez eu não devesse ter ameaçado as bolas dele.

Na última vez que aqueles bastardos foram na lanchonete eles falaram mais merda e eu os esculachei e disse que se chegasse perto de mim eu amassava suas bolas murchas.

- Duvido que conseguisse se controlar, e além do mais eles podiam fazer isso a qualquer tempo. – Ela falou. – Eu liguei para a lhe avisar, por favor tome cuidado.

- Eu tomarei, não se preocupar. – Lhe garanti.

- Claro que eu me preocupo. – Reclamou

- Tudo bem agradeço. – Falei por fim. – Você também se cuide por favor.

- Eu tomarei, estou indo para a casa de Dênis – o ficante dela.

Ligação off.

Nos despedimos depois de ela me recomendar mais cuidado, deixei o celular ao meu lado sobre a mesa e voltei minha atenção para o meu prato, mas eu havia perdido completamente o meu apetite, o medo ainda se agarrava a mim, eu já ouvi manchetes do que esses criminosos podem fazer com pessoas associadas aos Nova Espécie.

Sem conseguir mais comer eu joguei o restante na composteira e lavei meu prato, voltei para o trabalho, passei o restante do expediente distante, fazendo as coisas de maneira mecânica, algumas vezes me perguntaram o que estava acontecendo comigo, se tinha alguma coisa errada, eu apenas neguei e segui. Na hora de ir embora Oak estava lá me esperando quando sai, me despedi dos meus colegas e fui até ele que me abraçou inalando meu cheiro como sempre faz, me apertei ao seu corpo em busca de conforto.

OAK - Uma História Nova EspécieOnde histórias criam vida. Descubra agora