Kelly.
Dor foi a primeira sensação que eu tive, tudo doia, mas meu rosto era o pior, pisquei os olhos vendo apenas uma floresta a minha frente, meu rosto deu uma pontada quando movi o maxilar e eu tentei puxar minha mão para tocar o machucado, mas meus braços estavam presos, só então eu percebi o metal gelado em volta dos meus pulsos, meus braços presos para trás estavam doloridos.
Me mexi sentindo uma espécie de ferro preso ao chão em volta do qual meus pulsos estavam presos, eu estava sentada em um chão de terra, olhei pra cima vendo um teto de lona clara, um olhar em volta deixou claro que eu estava em uma espécie de tensa, fosse quem fosse esses infelizes que me capturaram eles tinham me levado para o meio da floresta.
Um olhar em volta revelou o grande corpo de Brass, ele estava a bons dois metros de mim, inconsciente, seus braços amarrados para trás, correntes envolviam seu corpo por inteiro, desde os ombros até os pés, elas estavam presas em algo eu não conseguia ver. O sobe e desce de seu peito me provava que ele estava vivo, vem como o cuidado em prende-lo.
- Brass. – Chamei. – Brass. – Chamei novamente. – Caralho, acorda Brass. – Ele nem se moveu.
Tentei me torcer no ferro para olhar o que acontecia atrás de mim, a dor em meus braços me fez arquejar, mas eu continuei o movimento até que consegui visualizar o outro lado da tenda, uma grande quantidade de madeira seca era espalhada pelo chão no que parecia ser uma clareira na floresta, uma espécie de mesa no centro não me dava uma boa impressão, um homem alto e corpulento fixava um tripé próximo a mesa deixando cada vez mais claro que eu estava muito ferrada, nós dois estamos, olhei para Brass.
- Brass. – Tornei a chama-lo, não que ele fosse de grande ajuda se acordado, estando todo amarrado. – Brass. – Lágrimas se formaram em meus olhos e embora eu tentasse não derrama-las foi impossível, eu chorei.
Não sei quanto tempo passou até que um barulho de passos deixou claro que alguém andava perto, botas soavam atrás de mim até que eu vi dois pares delas a minha frente, levantei os olhos para ver o homem que bateu em meu rosto e outro que eu nunca tinha visto.
- A cadela acordou irmão Bruno. – O homem que me bateu falou.
- Vejo irmão Terry. – O tal Bruno falou. – Sabe pecadora, eu tenho pena da sua alma, espero que a purificação a salve da danação eterna, você foi atraída pelo mal, por causa de seus desejos lascivos.
- O senhor acha que ela ainda tem salvação? – Não fazia ideia do que estavam falando.
- Ela tem uma chance, seu corpo pecador a deixou a marcer desses demônios na terra. – Bruno olhou para Brass. – Eles seduzem e enfeitiçam nossas mulheres.
- As mais fracas e lascivas não tem chance. – O outro falou. – Foram feitas para o pecado.
Eles são loucos só pode.
- Se arrependa dos seus pecados criança pecadora. – Disse Bruno. – Se arrependa e Deus salvará a sua alma do fogo do inferno.
- Embora não salvará seu corpo. – Terry riu e eu senti um arrepio percorrer minha espinha.
- Espera. – Consegui encontrar forças para falar. – Eu sou uma pecadora e qual é o meu pecado? Me associar com Novas Espécies?
- Sim, eles são demônios na terra e você deixou que eles profanassem seu corpo. – Bruno falou.
- Bem, não deixei que eles profanassem meu corpo, apenas um deles me tocou. – Sorri, mas meu sorriso morreu quando a mão de Terry acertou meu rosto do lado que ainda não estava doendo.
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OAK - Uma História Nova Espécie
Hayran KurguKelly Grey é uma chefe de cozinha de 25 anos, dona de profundos olhos escuros, cabelos cacheados cheios e pele negra. Ela viveu a vida inteira na Califórnia, se formou em gastronomia e conseguiu o emprego de subchefe em um restaurante grande da cida...