Capítulo 28.

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Oak.

Eu não aguentava mais esperar, o desespero, o medo de que minha companheira não resistisse estava acabando comigo, se ela morresse eu morreria junto, não quero viver em um mundo no qual ela não existe. A porta do centro cirúrgico se abriu e eu levantei o olhar na expectativa só podia ser a Trisha, mais de meia hora atrás Layla veio dar notícias de Brass, ele inalou muita fumaça e teve queimaduras em cerca de 70% do corpo, as correntes quentes queimaram a sua pele com rapidez, foi tratado e medicado e deve se recuperar rapidamente, no entanto algumas cicatrizes farão parte sua vida, mais cicatrizes em sua pele fruto da maldade de humanos.

Parei de andar quando vi a loira pequena me olhando, os outros presentes na sala se colocaram de pé, ansiosos por saber o que estava acontecendo, como minha fêmea estava, sou grato por eles se preocuparem.

- Como ela está doutora? – Questionei me aproximando.

- Calma. – Seu tom era suave. – Ela vai se recuperar. – Aquilo me deixou aliviado. – Seus ferimentos eram extensos e ela perdeu muito sangue, nós tivemos que administrar uma pequena dose da droga de cura.

- O que? – Luna quase engasgou. – Isso poderia quase matou a Jeanie.

- Jeanie é a fêmea de True? – Perguntei.

- Sim. – Luna respondeu.

- De fato a droga não é tão segura. – Trisha falou e eu rosnei, como ela ousava falar esse tipo de coisa? – Mas, eu não tive outra escolha, nós estávamos perdendo ela Oak, Kelly tem uma dificuldade de coagulação que não afeta a sua vida a não ser que tenha ferimentos extensos, provavelmente ela nem sabe disso. – Ela suspirou. – Não estávamos conseguindo parar o sangramento, então eu tomei a decisão, apliquei a droga, era a única coisa rápida o suficiente para salva-la, ela está reagindo bem, a dosagem foi muito baixa e eu pretendo deixá-la apenas algumas horas com ela no sistema.

- Era o que tinha de ser feito para minha Kelly sobreviver? – Ela fez que sim com a cabeça. – Tudo bem.

- Oak. – Seu tom indicava que uma má notícia estava por vir. – O ferimento no baixo ventre dela chegou a atingir o útero, eu reparei a ferida, mas até que ela esteja recuperada e mais exames sejam feitos não sei lhe informar se ela ainda vai conseguir ter filhos.

- Tudo bem, eu só quero ela saudável. – Não vou mentir e dizer que eu não  sonhei algumas vezes com um filhote nosso, com as minhas características e o temperamento dela, mas não me importava se não tivéssemos desde que estejamos juntos. – Eu posso vê-la?

- Sim. – Ela se virou. – Por aqui. – Trisha me guiou até um dos quartos e indicou que eu entrasse.

- Obrigada. – Falei.

- Por nada. – Ela sorriu. – Se precisar me chame, deixarei vocês sozinhos por um tempo, ela ainda vai dormir por horas.

- Quantas horas? – Perguntei.

- Pelo menos 12, Preciso que seu corpo se recupere. – Apenas assenti. – Vou indo.

Ela se foi e eu entrei no quarto, o cheiro de medicação feria meu nariz, ela estava deitada de olhos fechados na cama, seu rosto pálido, os monitores apitando indicavam sua vida, além do subir e descer de seu peito enquanto respirava, felizmente o fazia sozinha, apenas uma máscara de oxigênio a ajudava. Parecia tão frágil assim deitada desacordada, ligada à vários aparelhos, percebi que seus batimentos estavam um pouco acelerados, mas eu não me alarmei achando que aquilo deve ser efeito do remédio e já que o monitor não fazia nenhum barulho estranho devia ser normal.

Me aproximei mais dela, passei uma não por seu cabelo sedoso, me abaixei tentando inalar seu cheiro, mas o cheiro de hospital tomava todo o seu aroma, puxei cuidadosamente o lençol de cima dela e levantei a bata de hospital que usava a fim de ver a sua incisão que estava coberta com uma gaze, preferi não mexer, desci sua bata e voltei a cobri-la.

OAK - Uma História Nova EspécieOnde histórias criam vida. Descubra agora