OAK - Uma História Nova Espécie

Capítulo 11.

Oak.

Todos os dias eu estava sobre o muro pela manhã na esperança de conseguir ver Kelly, ela é tão bonita e as poucas palavras que trocamos deixa o meu dia melhor, da mesma forma a noite eu ia vê-la voltar pra casa, as vezes ela aparecia na porta, mas raramente saía de casa a noite, o que acho prudente já que pode ser perigoso na floresta a noite. Alguns Nova Espécie já falaram com ela que costuma agradar a todos, até mesmo Sharp já disse bom dia para ela e ele não é um cara muito falante a não ser com a Doutora Layla, isso me incomoda, enquanto eles falam com ela eu perco meu tempo com ela, não sei porque sinto essa necessidade de estar em contato com essa humana, mas parece inevitável.

Olho atentamente para onde ela está sentada a mesa de café da manhã do lado de fora, comendo enquanto lê alguma coisa no celular, depois que termina de comer ela se levanta colocando o celular no bolso do short curto que usa e se aproxima do muro, o sorriso em seu rosto é sincero e contagiante.

- Bom dia.

- Bom dia. – Respondi rapidamente.

- Eu teria lhe convidado para o café da manhã. – Olhou para a mesa onde estivera instantes atrás. – Mas, não acho que seria viável.

- Eu adoraria acompanha-la na refeição. – Falei sentindo meu estômago da um salto.

- Eu com certeza também teria apreciado a sua companhia. – Ela abriu um grande sorriso. – Pena que tem um muro ente nós.

- Realmente. – Eu gostaria de estar cara a cara.

- Boa dia Kelly. – Flame se apressou passando por mim e olhando para Kelly de um jeito que não me agrada nem um pouco.

- Olá Flame. – Rosnei baixo frustrado, não gosto de vê-la sorrindo para outros. – Tem dias que você não aparece. – Essa fêmea está mexendo comigo.

- Estive ocupado. – Ele respondeu.

- Entendo. – ficamos os três em silêncio um pouco. – Bem, eu vou entrar, tenham um bom dia. – E se virando para mim ela acrescentou sorridente. – Te vejo amanhã.

- Até amanhã. – Sorri amplamente com a promessa de falar com ela amanhã.

Observei ela pegar as coisa dispostas sobre a mesa e entrar em casa, olhou mais uma vez em minha direção antes de sumir pela porta, tive me segurar para não suspirar, mas o retumbar em meu peito foi inevitável.

- Sabe. – Flame começou. – Eu percebi que você e a Kelly conversam bastante.

- Sim, ela sempre vem dar bom dia. – Falei como se não fosse nada demais.

- Interessante que você sempre fica por aqui para falar com ela, mesmo não sendo lá muito sociável. – Ele me olhou. – E não gosta que outro macho fale com ela.

- Eu... – Ia negar, mas resolvei não fazer isso. – E se for assim, o que tem? – Me virei para ele. – Você não precisa ficar de sorriso pra ela.

- Nossa, você gosta mesmo dela. – O sorriso dele se ampliou. – Nem se incomode em negar, cuidado para não deixar ela ir embora.

- Kelly não vai embora. – Eu não sabia do que ele estava falando. – Do que você está falando?

- Tudo bem, ela não vai. – Ele tocou meu ombro. – Vou deixar você descobrir sozinho, afinal não sou o melhor para falar sobre isso. – Se virou e saiu.

Continuei olhando para a casa de Kelly, pela janela de sua cozinha aberta eu podia ver ela se mexendo dentro do cômodo, as vezes sumia de vista, as vezes reaparecia, algum tempo depois ela fechou as cortinas da janela e sumiu de vista, vejo a sua rotina quase todos os dias, então já sei qual o seu próximo passo de modo que levantei meus olhos para vê-la pela janela do quarto antes de fechar aquela cortina também para se trocar.