Capítulo 6.

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Kelly.

Sentada no banco do passageiro de um Jeep sem portas eu sou conduzida até o prédio de comando da Reserva, ontem eu recebi um convite do Nova Espécie que comanda a Reserva para uma reunião, provavelmente ele quer falar sobre eu estar morando tão perto dos seus muros. O carro para em frente ao grande prédio e o Nova Espécie de cabelos brancos que disse se chamar Snow quando me pegou nos portões desceu do veículo, imitando seus movimentos eu desci depois de tirar o cinto de segurança, esperei que ele iniciasse a caminhada, ele fez um gesto com a cabeça indicando que eu andasse.

- Você vai na frente. – Falou com sua voz profunda.

- Ok. – Caminhei em direção aos degraus que davam acesso a entrada.

Ele era grande e nem um muito gentil, mas também não era rude, apesar de seu tamanho assustador eu não estava com medo. Ele me guiou por um corredor até eu avistar uma fêmea Nova Espécie sentada atrás de uma mesa, ela se colocou de pé se mostrando alta e musculosa.

- Creek eu trouxe a fêmea. – Ele falou olhando para a mulher.

- Certo. – A mulher me olhou. – É um prazer conhece-la, me chamo Creek. – Me cumprimentou.

- Prazer Creek, eu me chamo Kelly. – A cumprimentei com um aperto rápido de mão. 

- O Slade a aguarda. – Apontou a porta a sua direita. – Pode entrar.

Apenas assenti e me virei na direção da porta imdicada, alguns passos eram o suficiente para me deixar de frente a porta, bati duas vezes antes de virar a maçaneta e entrar devagar. O homem atrás da mesa se colocou de pé, ele era ainda mais alto que Snow, os cabelos grandes e escuros estavam amarrados em um rabo de cavalo e a não ser pelos penetrantes olhos azuis ele me lembraria um nativo americano.

- Kelly, me chamo Slade. – Estendeu a mão para me cumprimentar.

- É um prazer conhecê-lo senhor. – Apertei sua mão, seu aperto era firme, porém contido para não me machucar.

- Se sente. – Seu tom parecia mais uma ordem do que qualquer outra coisa e eu apenas obedeci prontamente. 

- Suponho que você saiba o motivo de eu te chamar aqui. – Se acomodou na cadeira, parecendo grande demais pra ela.

- Sim e eu sinto muito se sou um incômodo para vocês. – Comecei a falar. – Também sei que minha palavra não deve ter muito valor para vocês, mas eu prometo que estou apenas tentando seguir a minha vida e ter um lugar decente para morar. – Ele ergueu uma sobrancelha.

- Suponho que você tenha visto pela mídia falando sobre os inúmeros problemas que nos sofremos desde que ganhamos a liberdade. – Assenti. – De modo que uma pessoa se mudando de uma hora para a outra para uma casa aos pés dos nossos muros nos deixa em alerta.

- Não foi bem de uma hora para a outra, ganhei a casa de herança alguns meses atrás e apenas agora eu precisei morar nela. – Me expliquei de queixo erguido. – Além do mais eu ainda fiz reparos na casa.

- Entendo, ainda assim nos deixa em alerta. – Ele falou firme.

- Eu compreendo, é por isso que eu não me incomodo com os olhares. – Respirei fundo. – Apenas coloquei cortinas grossas nas janelas do meu quarto para preservar um pouco da privacidade. – Ele ficou em silêncio por alguns instantes.

- Você disse que ganhou a casa de herança. – Falou por fim.

- Sim, da minha tia Abigail.

- Nós tentamos comprar a casa da sua tia assim que começamos a expandir os muros.

OAK - Uma História Nova EspécieOnde histórias criam vida. Descubra agora