Capítulo 9

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Oak.

De perto ela é ainda mais linda, o cabelo volumoso, o rosto radiante e o corpo cheio de curvas, sua voz doce, seu cheiro de baunilha e alecrim era convidativo em meu nariz. Ela é simpática e comunicativa, não hesitou em nos ajudar e oferecer abrigo e comida, que estava deliciosa.

Vê-la de cima do muro é diferente de vê-la pessoalmente, de perto eu posso ver ela melhor e sentir seu cheiro delicioso, gostaria de ter passado mais tempo sozinho com ela, isso é estranho eu não costumo gostar da companhia de ninguém, mas queria poder ficar mais tempo com ela, conhecê-la melhor. Talvez eu realmente volte para vê-la.

- A humana realmente cozinha bem. – Torrent falou me fazendo segurar um rosnado.

- Eu poderia comer aquilo todo dia. – Vengeance falou.

- Mas, não vai. – Rosnei em sua direção.

- Eu sei que não vou. – Ergueu as mãos em rendição. – Não precisa tentar me atacar.

- Eu não ia... – Comecei a falar, mas parei porque era mentira eu ia sim.

- Vocês podem parar. – Leo reclamou. – Devemos nos concentrar na nossa tarefa.

- Você tem razão. – Torrent concordou.

Continuamos procurando pelo filhote, alguns metros a frente conseguimos pegar o cheiro do filhote novamente, acelerei o passo correndo pela trilha irregular em busca do filhote, o cheiro ficava mais forte a medida que nos aproximamos de uma caverna pequena, paramos perto da entrada.

- Vou entrar. – Falei estendendo a mão para Torrent que tinha uma mochila com alguns equipamentos.

- Estão aqui. – Ele me entregou.

- Estou entrando. – Me adiantei.

A noite estava escura de modo que mesmo com nossa visão aguçada era difícil enxergar um palmo a frente do nariz. Estreitei os olhos na esperança de ver melhor me curvei para passar pela entrada baixa e entrei, parei alguns passos depois da entrada piscando para forçar minhas visão a se acostumar com o ambiente ainda mais escuro. Quando as coisas a minha volta passaram de breu total para contornos turvos eu avancei, tinha dado somente alguns passos quando ouvi algo se mexer e um rosnado baixo, olhando mais atentamente percebi um contorno encolhido em um canto ainda mais escuro. Me aproximei com cautela e ele se remexeu ainda mais assustado.

- Calma pequenino. – Tentei fazer minha voz soar o mais suave possível, mas pelo choramingo dele eu não me sai muito bem. – Vai ficar tudo bem.

Ele esperneou quando me aproximei, mas continuou no mesmo lugar quando rosnei em advertência, me abaixei para examina-lo direito, ou pelo menos o melhor que eu conseguia devido a falta de iluminação, ele tinha uma perna ensanguentada, o cheiro do seu sangue e medo estava por todo lugar, bem como o cheiro de dor. Coloquei a mochila no chão e a abri pegando uma tala e atadura, mas ele se mexia e estava complicado fazer sozinho.

- Vou precisar de ajuda. – Falei em um tom normal sabendo que eles eram capazes de ouvir.

- Estou indo. – A voz de Leo soou pouco depois.

Não demorou para ele se abaixar ao meu lado deixando o filhote ainda mais agitado.

- Calma. – Ele tentou falar, mas o pobre animal estava muito assustado.

- Vamos logo tira-lo daqui para ser tratado adequadamente. – Falei.

- Sim. – Leo examinou rapidamente o pequeno urso. – Parece possuir apenas o ferimento na perna.

- Sim. – Falei. – Vamos imobilizar. – Ele apenas assentou.

Com a ajuda de Leo foi bem mais fácil fazer o trabalho, depois de imobilizar a pata do filhote com cuidado eu o peguei no colo e sai de lá com ele, enquanto Leo trazia a mochila. Torrent ligou para a unidade de Noah que estava em um carro pronto para nos acompanhar de volta a reserva, ele é um humano que trabalha na força tarefa da one e passa bastante tempo na reserva.

OAK - Uma História Nova EspécieOnde histórias criam vida. Descubra agora