18 - Suspeitos

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Alex acordou com um cansaço em seu corpo e um sono terrível a abatendo já pela manhã se arrastou por seu apartamento bem arrumado como se carregasse uma mala imensa sob os ombros. Quase riu de como sua cara parecia péssima no espelho. Tinha mesmo que parar de entrar em desafios nas noites de jogos. James havia desafiado-a beber uma garrafa inteira de vodca, misturada com whisky e vinho. Uma péssima combinação, mas agora o estrago já estava feito. Kurt Danvers seu irmão tentou impedi-la de fazer isso, mas vai convencer Alex Danvers a mudar de ideia quando põe uma coisa na cabeça! Principalmente em questão de desafio. A ruiva adorava esse tipo de adrenalina com qualquer coisa. Não era atoa que era boa no que fazia e quase nunca errava seu faro.

Tomou um banho rápido, se vestiu e fez um pouco de café bem forte e sem açúcar. Era sua maneira de curar ressaca, funcionava bem na maior parte do tempo. Principalmente porque ela nunca tomava pouco. Seus pensamentos voltaram ao irmão mais novo e a todas aquelas situações em uma noite comum de jogos. Não que eles não façam coisas estranhas, às vezes, até riem disso. Mas havia algo a mais. Algo escondido a sombra e que não foi arrancando nem no velho verdade e desafio. Começava por Lena Luthor. Era óbvio que Lena sempre seria o tipo de mulher que estaria no controle da situação. E a Danvers sabia que Lena sempre seria ciumenta em relação Kurt. Mas na última noite era como se estivesse marcando seu espaço na vida dele que era tão grande que incluía a família, como se dissesse a Amanda que o clube não tinha espaço para mais membros. E Amanda se notou tratou de fingir que nada acontecia. Talvez ela só estivesse tentando ter tanta classe quanto a Luthor, mas ao mesmo tempo aquele toque de frieza não passou despercebido. Fora que ela pareceu simplesmente fingir que William não existia embora o mesmo tivesse sentado ao seu lado. Se puxasse uma faca por mais cega que fosse poderia cortar a torta de climão que ficou ali. O resto pareceu distraído demais para perceber toda a situação.

E na cozinha aquela conversa entre eles. É claro que Alex não caiu naquela historinha de entrevista. Estava na maneira que Amanda estremeceu quando se pronunciou e seus olhos se focaram na bancada da cozinha se apoiando como uma gata que foi pega fazendo arte. Se os instintos da Danvers mais velha já não tinha muita confiança nela, agora mais ainda.

- Você está bem? - Win perguntou ao seu lado a assustando um pouco.

- Estou ótima. - Ela o olhou pensativa.

- Se for sobre a ressaca de ontem, eu quase nem consegui levantar! Você nem...

- Preciso de um favor. - O interpelou. - Quero que faça uma missão pra mim totalmente secreta. Só eu e você podemos saber disso. Estamos entendidos? - Olhou séria para o moreno mais baixo que assentiu meio assustado e preocupado. - Vamos. - Ela andou na frente puxando o braço do mais novo.

(...)

Lena sorriu com a lembrança da noite de ontem. Ela e seu loiro estavam como era antes dela viajar. Grudados como se se tivessem nascidos juntos. Rindo e brincando como crianças com aquele grupo de adultos que nunca era totalmente adultos nas noites de jogos. Seria mentira dizer que não deu certa satisfação nela em ver Amanda não parecendo nada feliz com isso, mas fingiu que não era com ela. Ter Kurt tão perto e abraçado a ela sorrindo com os olhos azuis brilhando para ela. Nada pareceu mais importante. Difícil foi a despedida. Aquele abraço longo, o beijo na testa que ele deu nela com carinho e os sorrisos e olhares que trocaram pensamentos. É claro que não foi nada satisfatório saber que Amanda ficaria com ele ali. Mas o perfume dela estava marcado nele, na camisa e na pele. A Luthor levou com ela um casaco grosso dele para noite fria. Amanda bebeu a garrafa de whisky que Alex levou quase toda.

De manhã, ela acordou com uma mensagem de bom dia dele. Sorriu e perguntou sobre se encontrarem naquele mesmo dia. Ele não respondeu, mas o coração de Lena não deixou de ter esperança. E tratando de se acalmar colocou toda sua cabeça nas atividades de escritório. Ainda tinha que ser uma CEO afinal. Seu império tinha que vir em primeiro lugar, Lilian dizia. Esta mesma que havia ligado para perguntar o progresso das coisas. A mulher parecia tão ansiosa quanto um pouco irritada por demorar tanto. Novamente as duas mulheres tão diferentes e tão parecidas simultaneamente estavam em um novo momento de estranha relação de mãe e filha.

No início, a mais nova Luthor achou que fosse apenas para suprir solidão. A morte do filho mais velho de Lilian trouxe impactos inimagináveis. Ainda mais da forma como havia sido. Suicídio. Algo que Lena preferia não lembrar e Lilian não sabia esquecer, mas soube se recuperar. Depois achou que fosse para ter o controle de tudo. Não ficaria surpresa. Mas depois de um tempo ela decidiu ceder. E apesar das duas se tratarem de maneira estranha para uma mãe e filha, ainda havia uma maneira de se gostarem. Lena só esperava que Lilian ficasse sã até onde desse.

  (...)

Amanda adentrou o quarto de hotel barato sentindo-se um pouco enjoada em estar ali. E esperava que não precisasse ficar mais tempo do que o necessário. E não levou mesmo, já que, o homem moreno entrou dez minutos depois olhando-a com certa surpresa. E depois pareceu irritado. Mas decidiu se sentar na cama observando a ruiva em pé e de braços cruzados com um olhar compenetrado como se estivesse prestes a fazer negócio. Ele sabia. Tinha visto aquela expressão muitas vezes.

- Precisa parar com isso.

- Parar com o que? - Ele expressou sua ironia arqueando as sobrancelhas. - De querer uma explicação?!

- William, escute, eu sei que não fui justa com você e entendo você querer que eu explique, mas eu não posso. - Ela se sentou na poltrona com uma expressão culpada em seu rosto fino. - Eu não queria que as coisas fossem assim.

- Engraçado, porque não parece! - Ele riu sarcástico. - Principalmente porque, de repente, eu te encontro quase casada. - A encarou. - E contando um monte de mentiras.

- Eu nunca menti pro Kurt! - Se defendeu alertando-o de seu limite.

- Será?! - A olhou maldoso. - Bem, então não tem problema se eu perguntar sobre algumas coisas a ele, não é?!

- Vá embora, William. Nosso tempo acabou. E fique longe dos Danvers. - A expressão de culpa tornou-se uma frieza cortante e feroz. E ela se levantou.

- Tem medo de que ele saiba a verdade?! - Sorriu triunfante. - Seria terrível, não é?! - O telefone dele tocou com uma mensagem brilhando na tela fazendo-o se levantar. - Vai me explicar direitinho o que aconteceu ou seu namoradinho vai saber de tudo. - Disse incisivo e saiu batendo a porta na frente dela.

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